3º Trimestre/2012
Texto Básico: 1Co 15:51-57
“Porque para mim o viver e Cristo, e o morrer é ganho”(Fp 1:21)
INTRODUÇÃO
A Morte é a situação mais difícil que o ser humano pode enfrentar. Ela é o terrível legado que herdamos dos nossos primeiros pais, que desobedeceram ao Criador no Éden (Gn 2:15-17; 3:19; Rm 5:12). É o pagamento indesejado que recebemos por ter pecado (Rm 6:23). É o fim para o qual caminhamos a passos largos (Ec 12:1-7). Mais do que isso, é o inimigo implacável que vem em nosso encalço para, no inevitável dia do encontro, nos deixar prostrados (Lc 12:20). É o último inimigo a ser aniquilado(1Co 15:26). Contudo, para o verdadeiro cristão, a Morte é “lucro”.
Para o apóstolo Paulo a morte não era uma tragédia. Ele chegou a dizer: ”Para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro”(Fp 1:21). Para ele, morrer é partir para estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor(Fp 1:23). Ele desejava, preferencialmente, estar com o Senhor: “Desejamos, antes, deixar este corpo, para habitar com o Senhor”(2Co 5:8). Somente aqueles que têm o Espírito Santo como penhor(2Co 5:5) podem ter essa confiança do além-túmulo. O penhor do Espírito é uma garantia de que caminhamos não para um fim tenebroso, mas para um alvorecer glorioso. Caminhamos não para a morte, mas para a vida eterna, para habitação de uma mansão permanente. Aqueles que vivem sem essa garantia se desesperam na hora da morte. Na verdade, eles caminham para um lugar de trevas, e não para a cidade iluminada; caminham para um lugar de choro e ranger de dentes, e não para a festa das bodas do Cordeiro; caminham para o banimento eterno da presença de Deus, e não para o bendito lugar onde Deus armará seu “tabernáculo” para sempre conosco.
O grande avivalista americano do século 19, Dwight L. Moody, na hora da morte, disse às pessoas que o cercavam: - Afasta-se a Terra, aproxima-se o Céu, estou entrando na glória. O médico e pastor galês, Martyn Lloyd-Jones, prolífico escritor, estadista do púlpito evangélico, depois de uma grande luta contra o câncer, disse para os seus familiares e paroquianos: - Por favor, não orem mais por minha cura, não me detenha da glória.
Portanto, o verdadeiro cristão deve aprender a se comportar adequadamente diante da morte.
I. O QUE É A MORTE
A Morte é, sem dúvida, um dos fatos que mais intrigam o ser humano. Registros de todas as comunidades humanas, em todas as épocas, mostram que o tema da morte é uma questão com a qual o ser humano sempre se depara, sem saber como dela cuidar. Esta perplexidade do ser humano diante deste tema é, aliás, mais uma demonstração de que a morte surge como um elemento intruso, inadequado e indevido na existência humana.
A Bíblia mostra claramente que o homem não foi feito para morrer. O homem foi criado para ser imagem e semelhança de Deus (Gn 1:26,27), um verdadeiro reflexo da divindade na criação e, por isso, a eternidade, que é um dos atributos divinos mais proeminentes (Gn 21:33; Dt 33:27), tinha de ser vista no ser humano, ainda que como uma eviternidade, ou seja, uma existência que tivesse princípio mas não tivesse fim.
No entanto, a morte era uma possibilidade para o homem, pois o próprio Deus assim o quis, dizendo ao homem que a morte seria consequência da sua desobediência (Gn 2:17). O primeiro casal pecou e, como conseqüência do pecado, houve a inserção da morte na existência humana. Por isso, é dito que o salário do pecado é a morte (Rm 6:23).
Portanto, morte significa separação e, a partir do pecado, houve, de imediato, uma separação entre Deus e o homem. Esta separação deu-se logo naquele dia, quando o Senhor Se apresentou no jardim. A Bíblia diz-nos que o primeiro casal procurou fugir da presença de Deus (Gn 3:8), a demonstrar, pois, que não havia mais a comunhão entre Deus e o homem, que o pecado havia produzido a separação entre o Criador e a sua mais sublime criatura sobre a face da Terra (Is 59:2).
A MORTE deve ser vista sob três aspectos:
1. MORTE ESPIRITUAL. A morte espiritual é a separação entre Deus e o homem, é a ausência de comunhão entre Deus e o homem. É chamada de “morte espiritual” porque é o espírito humano que promove este elo de ligação entre Deus e o homem, daí porque se dizer que, quando o homem aceita a Cristo como seu Senhor e Salvador, há a vivificação do espírito (1Co 15:22), bem como que o homem, antes da salvação, está morto em seus delitos e pecados (Ef 2:1).
Como consequência da morte espiritual, vemos que houve, também, uma morte moral do ser humano. Tendo sido descoberto por Deus na sua inútil tentativa de dEle se esconder, o homem é posto diante da presença do Senhor e vemos, então, não mais o ser que era a imagem e semelhança de Deus, cônscio de seus deveres e responsabilidades, cientes de seus direitos, mas alguém que não assume qualquer responsabilidade, que procura culpar o próximo, mesmo sendo a pessoa que tanto amava. Adão, diante do seu erro, tenta culpar sua mulher e esta, por sua vez, acusa a serpente.
2. MORTE FÍSICA. A Morte física foi a segunda espécie de morte que surgiu para o homem, morte esta que não escolhe idade nem tem uma causa certa ou predeterminada. Ainda que seja por causas várias, o fato é que ninguém escapa da morte física. Todos quantos nasceram sobre a Terra, morreram fisicamente, sejam ricos ou pobres, doutos ou indoutos, homens ou mulheres, fiéis ou infiéis. A morte física é inevitável, é o resultado de uma sentença dada por Deus a toda a humanidade, através do primeiro casal(Ec 9:5), algo que somente Cristo mudaria.
Deus determinou que, por causa do pecado, passasse o ser humano a ter uma degeneração de seu corpo físico, até que ele se separasse do homem interior (alma e espírito), que é a morte física. O corpo, feito do pó da terra, teria de voltar a esta terra, voltar a ser pó, o que ocorreria no momento determinado por Deus, quando, então, ocorreria a separação entre o homem exterior e o homem interior. Eis a sentença de Deus: “…maldita é a terra por causa de ti; [...] No suor do teu rosto, comerás o teu pão, até que tornes à terra, porque dela foste tomado, porquanto és pó e em pó te tornarás…” (Gn 3:17-19).
É válido enfatizar que a morte física não estava projetada para o homem, não fazia parte do propósito divino, mas que é resultado do pecado, consequência do pecado. Assim, quando Deus apresentou o Seu plano da salvação, esta teria, necessariamente, de propiciar um mecanismo de erradicação da doença e da morte física. A salvação é o restabelecimento da comunhão entre Deus e o homem, o retorno à condição originalmente prevista para o ser humano, demonstrando, desta maneira, tanto a fidelidade divina, quanto a Sua misericórdia.
3. MORTE ETERNA. Mas, além da morte espiritual e da morte física, a Bíblia fala-nos da Morte eterna ou “segunda morte” (Ap 20:14), que é a separação eterna de Deus, resultado da condenação no julgamento final, quando, então, aqueles que resolveram viver longe da presença de Deus, que recusaram o Seu senhorio em suas vidas, serão lançados no lago de fogo e de enxofre para todo o sempre, onde sofrerão eternamente juntamente com Satanás, a Besta, o Falso Profeta e todos os anjos caídos. Está escrito: “E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo”(Ap 20:15). A eterna separação de Deus é o destino eterno dos incrédulos. É o que a Bíblia considera de segunda morte (Ap 20:14). Esta separação é definitiva e não representa aniquilamento ou fim da existência, mas uma separação eterna e irreversível de Deus. O pior da condenação é nunca mais ver a Deus!
II. A VIDA APÓS A MORTE
As pessoas que não acreditam na existência de Deus, obviamente, negam a ideia de vida após a morte. Outros, mesmo entre aqueles que se proclamam seguidores de Jesus, ensinam que os injustos deixarão de existir, quando morrerem. Em contraste, Jesus claramente ensinou que a existência não cessa com a morte (Mateus 22:31-32; Lucas 16:19-31). O problema fundamental nesta doutrina humana que diz que a existência cessa com a morte, é o erro de não entender que a morte é uma separação, e não o fim da existência da pessoa (veja Tiago 2:26). Algumas igrejas, seguindo doutrinas de homens, negam a existência do Inferno, mas a Bíblia mostra que todos serão julgados e separados: os justos para a vida eterna; e os ímpios para o castigo eterno, separados de Deus para sempre (João 5:28-29; Mateus 25:41,46).
1.O que diz o Antigo Testamento. A idéia da imortalidade estava presente tanto na cultura grega quanto na cultura judaica. A morte é algo que vai contra o projeto original de Deus. E o homem, no recôndito de seu ser, não aceita a idéia da morte, de forma que não foi difícil a ele chegar à concepção de que a morte física não poderia ser o fim de tudo.
No Antigo Testamento, a ideia de imortalidade estava presente entre os judeus. As Escrituras hebraicas contêm afirmações a respeito da imortalidade, da existência após a morte física, desde o seu primeiro escrito, que muitos entendem ter sido o livro de Jó, que teria sido escrito pelo próprio patriarca ou por Moisés, quando ainda estava entre os midianitas. Em Jó 19:25-27, o patriarca exclama que sabia que seu Redentor vivia e que por fim se levantaria sobre a Terra e que, depois de consumida a sua pele, ainda em sua carne veria a Deus.
Por mais que se especule a respeito deste texto, por mais que se levantem questionamentos a respeito da passagem, não há como deixar de ver aqui uma noção de uma imortalidade, de uma existência depois da morte física (“depois de consumida minha pele”, diz o patriarca). Esta ideia das Escrituras hebraicas, que perpassará toda a revelação divina através do Antigo Testamento, sempre traz a ideia de uma nova existência após a morte física, mas com o mesmo corpo que foi consumido. “Ainda na minha carne, os meus próprios olhos, e não outros”, dizia o patriarca. Esta mesma crença, aliás, está presente em Marta, quando Jesus lhe indaga, em Betânia, se cria que seu irmão Lázaro haveria de ressuscitar (João 11:23,24).
2. O que diz o Novo Testamento. O Novo Testamento é bastante claro no que diz respeito à imortalidade da alma. Cito alguns textos que ativam a nossa percepção de que a alma sobrevive à morte (Lc 16:19-31; João 14:1-3; 2Co 5:8; Fp 1:23; 1Ts 4:16,17; Ap 6:9-11).
Quando o apóstolo Paulo pensava em sua morte, ele afirmou: “...desejamos antes deixar este corpo, para habitar com o Senhor” (2Co 5:8). Ele também diz que seu desejo é “partir, e estar com Cristo...” (Fp 1.23). Jesus também disse ao ladrão que estava morrendo ao lado dele na cruz: “Hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23:43).
Observação: O Paraíso ou “Seio de Abraão” (Lc 16:19;23:43) era um lugar intermediário de felicidade, em um dos lados do Hades (região dos mortos), onde antes as almas dos salvos aguardavam conscientes a ressurreição (Lc 16:26). Essa região do Hadesexistiu até o dia da ressurreição de Cristo, quando eles então ressuscitaram (Mt 27:52,53). O Hades tinha dois lados separados entre si por um abismo intransponível. O “Seio de Abraão” era separado do lugar de tormentos. Depois de Cristo, os crentes, quando morrem, vão direto para o Céu “estar com Cristo” (Fp 1:23; 2Co 5:8). Por outro lado, o lugar de tormentos do Hades ainda existe, e é aonde os não-salvos vão depois que morrem, para aguardar o Grande Trono Branco (Juízo Final), que acontecerá depois do Milênio, quando, então, irão de lá para o Inferno (lago de fogo e enxofre), juntamente com Satanás e seus anjos (Ap 20:5,11-15). Quando Jesus morreu, não foi ao Inferno, Ele foi ao Hades(Ef 4:9)), esteve no lado chamado “Seio de Abraão” e trouxe os salvos à ressurreição, e os levou ao Céu (Ef 4:9,10).
Alguns segmentos cristãos, como, por exemplo, os adventistas do sétimo dia, acreditam que ao morrer o ser humano a sua alma fica num estado inconsciente, ou seja, ela apenas dorme, esperando a ressurreição do corpo. Dizem isso com base no texto bíblico de 1Tessalonicesses 4:13-15, quando Paulo se dirige aos cristãos Tessalonicenses, esclarecendo-lhes acerca daqueles que morreram fisicamente – “não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem...”(1Ts 4:13).
A expressão “dormiam” empregada por Paulo neste texto tem significado figurado, ou seja, não deve ser considerado do ponto-de-vista literal. Paulo utiliza-se da expressão “dormiam” precisamente para mostrar aos crentes de Tessalônica que a morte física para o crente era um estado de separação da comunidade - mas uma separação temporária, passageira -, assim como é a separação daquele que dorme dos seus familiares. Quando dormimos, separamo-nos daqueles com quem convivemos por um período de tempo, sem, no entanto, deixar de viver, sem que nem sequer deixemos de ter atividades psíquicas e mentais.
Quando Paulo usa a expressão “dormiam”,em hipótese alguma estava dizendo que, quando uma pessoa morre, ela passa a ficar inconsciente, a ter um sono espiritual que somente terminará quando da volta de Cristo ou do julgamento final. Se Paulo estivesse dizendo isto, estaria contradizendo o próprio Jesus, que, ao relatar a história do rico e de Lázaro, mostra claramente que, após a morte, a pessoa mantém plenamente a sua consciência, sendo levada a um lugar(o Hades) onde aguardará ou a primeira ressurreição, ou a ressurreição do último dia (Ap 20:5,12 e 13).
Outrossim, se Paulo estivesse dizendo que o ser humano, ao morrer, entra num estado de inconsciência, estaria contradizendo o próprio ministério de Jesus Cristo, que, ao se transfigurar, conversou e teve a companhia de Elias e de Moisés, tendo este último morrido fisicamente (Dt 34:5).
Outrossim, se Paulo estivesse dizendo que o ser humano, ao morrer, entra num estado de inconsciência, estaria contradizendo o próprio Jesus Cristo que, quando indagado sobre a ressurreição, pelos saduceus, disse que Deus Se identificou a Moisés como o Deus de Abraão, Isaque e Jacó porque era um Deus de vivos e não de mortos (Mc 12:27), acrescentando ainda que eles, saduceus, erravam muito por entenderem que a morte física era o fim de tudo.
Vemos, portanto, que não há como se defender que a morte física é uma circunstância de inconsciência por parte do homem, até porque a morte física é tão somente a separação do corpo do homem interior, pois o que Deus sentenciou foi o retorno do pó à terra e o homem interior não veio do pó da terra, mas do fôlego de vida inserido no homem pelo próprio Deus (Gn 2:7).
Também, o texto de Lucas 16:19-31(“parábola” do rico e do Lázaro), refuta a doutrina do “sono da alma”, a doutrina de que a alma não é consciente entre a morte e a ressurreição.
O certo é que quando Cristo ou Paulo dizia que um morto “dormia”estava usando uma metáfora, referindo-se ao sono do corpo, que irá ressuscitar e, portanto, quando morto, fica como se estivesse “dormindo”.
III. MORTE, O INÍCIO DA VIDA ETERNA
A morte é, sem dúvida, um absurdo, porque não se encontra no plano original de Deus, mas ela não é o fim da existência, muito pelo contrário, é apenas o início da eternidade.
1. Esperança, apesar do luto. Embora o salvo tenha grande esperança e alegria ao morrer, os demais que ficam não deixam de lamentar a partida dele. Sendo um ente querido, a dor é ainda maior, mesmo que essa pessoa não seja crente (o que, aliás, aumenta ainda mais a dor para o cristão, por saber que esta separação é definitiva). Quando Jacó faleceu, por exemplo, José lamentou profundamente a perda de seu pai. O que se deu com José ante a morte de seu pai é semelhante ao que acontece a todos os crentes, quando falece um seu ente querido(ver Gn 50:1). Mas, apesar do luto, há uma esperança.
O apóstolo Paulo ao ensinar os cristãos de Tessalônica acerca da morte física não admitia que os crentes tessalonicenses a encarassem da mesma maneira que os demais que não tinham esperança, que não tinham a compreensão do significado da morte física para o salvo. Disse ele: “Não quero que sejais ignorantes acerca dos que já dormem para que não vos entristeçais como os demais, que não têm esperança” (1Ts 4:13). O apóstolo sabia que a tristeza era natural aos que ficavam vivos diante de uma morte. Não havia como deixar de sentir tristeza diante da separação de um irmão em Cristo, mormente numa igreja onde havia tanto amor fraternal como a de Tessalônica.
INTRODUÇÃO
A Morte é a situação mais difícil que o ser humano pode enfrentar. Ela é o terrível legado que herdamos dos nossos primeiros pais, que desobedeceram ao Criador no Éden (Gn 2:15-17; 3:19; Rm 5:12). É o pagamento indesejado que recebemos por ter pecado (Rm 6:23). É o fim para o qual caminhamos a passos largos (Ec 12:1-7). Mais do que isso, é o inimigo implacável que vem em nosso encalço para, no inevitável dia do encontro, nos deixar prostrados (Lc 12:20). É o último inimigo a ser aniquilado(1Co 15:26). Contudo, para o verdadeiro cristão, a Morte é “lucro”.
Para o apóstolo Paulo a morte não era uma tragédia. Ele chegou a dizer: ”Para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro”(Fp 1:21). Para ele, morrer é partir para estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor(Fp 1:23). Ele desejava, preferencialmente, estar com o Senhor: “Desejamos, antes, deixar este corpo, para habitar com o Senhor”(2Co 5:8). Somente aqueles que têm o Espírito Santo como penhor(2Co 5:5) podem ter essa confiança do além-túmulo. O penhor do Espírito é uma garantia de que caminhamos não para um fim tenebroso, mas para um alvorecer glorioso. Caminhamos não para a morte, mas para a vida eterna, para habitação de uma mansão permanente. Aqueles que vivem sem essa garantia se desesperam na hora da morte. Na verdade, eles caminham para um lugar de trevas, e não para a cidade iluminada; caminham para um lugar de choro e ranger de dentes, e não para a festa das bodas do Cordeiro; caminham para o banimento eterno da presença de Deus, e não para o bendito lugar onde Deus armará seu “tabernáculo” para sempre conosco.
O grande avivalista americano do século 19, Dwight L. Moody, na hora da morte, disse às pessoas que o cercavam: - Afasta-se a Terra, aproxima-se o Céu, estou entrando na glória. O médico e pastor galês, Martyn Lloyd-Jones, prolífico escritor, estadista do púlpito evangélico, depois de uma grande luta contra o câncer, disse para os seus familiares e paroquianos: - Por favor, não orem mais por minha cura, não me detenha da glória.
Portanto, o verdadeiro cristão deve aprender a se comportar adequadamente diante da morte.
I. O QUE É A MORTE
A Morte é, sem dúvida, um dos fatos que mais intrigam o ser humano. Registros de todas as comunidades humanas, em todas as épocas, mostram que o tema da morte é uma questão com a qual o ser humano sempre se depara, sem saber como dela cuidar. Esta perplexidade do ser humano diante deste tema é, aliás, mais uma demonstração de que a morte surge como um elemento intruso, inadequado e indevido na existência humana.
A Bíblia mostra claramente que o homem não foi feito para morrer. O homem foi criado para ser imagem e semelhança de Deus (Gn 1:26,27), um verdadeiro reflexo da divindade na criação e, por isso, a eternidade, que é um dos atributos divinos mais proeminentes (Gn 21:33; Dt 33:27), tinha de ser vista no ser humano, ainda que como uma eviternidade, ou seja, uma existência que tivesse princípio mas não tivesse fim.
No entanto, a morte era uma possibilidade para o homem, pois o próprio Deus assim o quis, dizendo ao homem que a morte seria consequência da sua desobediência (Gn 2:17). O primeiro casal pecou e, como conseqüência do pecado, houve a inserção da morte na existência humana. Por isso, é dito que o salário do pecado é a morte (Rm 6:23).
Portanto, morte significa separação e, a partir do pecado, houve, de imediato, uma separação entre Deus e o homem. Esta separação deu-se logo naquele dia, quando o Senhor Se apresentou no jardim. A Bíblia diz-nos que o primeiro casal procurou fugir da presença de Deus (Gn 3:8), a demonstrar, pois, que não havia mais a comunhão entre Deus e o homem, que o pecado havia produzido a separação entre o Criador e a sua mais sublime criatura sobre a face da Terra (Is 59:2).
A MORTE deve ser vista sob três aspectos:
1. MORTE ESPIRITUAL. A morte espiritual é a separação entre Deus e o homem, é a ausência de comunhão entre Deus e o homem. É chamada de “morte espiritual” porque é o espírito humano que promove este elo de ligação entre Deus e o homem, daí porque se dizer que, quando o homem aceita a Cristo como seu Senhor e Salvador, há a vivificação do espírito (1Co 15:22), bem como que o homem, antes da salvação, está morto em seus delitos e pecados (Ef 2:1).
Como consequência da morte espiritual, vemos que houve, também, uma morte moral do ser humano. Tendo sido descoberto por Deus na sua inútil tentativa de dEle se esconder, o homem é posto diante da presença do Senhor e vemos, então, não mais o ser que era a imagem e semelhança de Deus, cônscio de seus deveres e responsabilidades, cientes de seus direitos, mas alguém que não assume qualquer responsabilidade, que procura culpar o próximo, mesmo sendo a pessoa que tanto amava. Adão, diante do seu erro, tenta culpar sua mulher e esta, por sua vez, acusa a serpente.
2. MORTE FÍSICA. A Morte física foi a segunda espécie de morte que surgiu para o homem, morte esta que não escolhe idade nem tem uma causa certa ou predeterminada. Ainda que seja por causas várias, o fato é que ninguém escapa da morte física. Todos quantos nasceram sobre a Terra, morreram fisicamente, sejam ricos ou pobres, doutos ou indoutos, homens ou mulheres, fiéis ou infiéis. A morte física é inevitável, é o resultado de uma sentença dada por Deus a toda a humanidade, através do primeiro casal(Ec 9:5), algo que somente Cristo mudaria.
Deus determinou que, por causa do pecado, passasse o ser humano a ter uma degeneração de seu corpo físico, até que ele se separasse do homem interior (alma e espírito), que é a morte física. O corpo, feito do pó da terra, teria de voltar a esta terra, voltar a ser pó, o que ocorreria no momento determinado por Deus, quando, então, ocorreria a separação entre o homem exterior e o homem interior. Eis a sentença de Deus: “…maldita é a terra por causa de ti; [...] No suor do teu rosto, comerás o teu pão, até que tornes à terra, porque dela foste tomado, porquanto és pó e em pó te tornarás…” (Gn 3:17-19).
É válido enfatizar que a morte física não estava projetada para o homem, não fazia parte do propósito divino, mas que é resultado do pecado, consequência do pecado. Assim, quando Deus apresentou o Seu plano da salvação, esta teria, necessariamente, de propiciar um mecanismo de erradicação da doença e da morte física. A salvação é o restabelecimento da comunhão entre Deus e o homem, o retorno à condição originalmente prevista para o ser humano, demonstrando, desta maneira, tanto a fidelidade divina, quanto a Sua misericórdia.
3. MORTE ETERNA. Mas, além da morte espiritual e da morte física, a Bíblia fala-nos da Morte eterna ou “segunda morte” (Ap 20:14), que é a separação eterna de Deus, resultado da condenação no julgamento final, quando, então, aqueles que resolveram viver longe da presença de Deus, que recusaram o Seu senhorio em suas vidas, serão lançados no lago de fogo e de enxofre para todo o sempre, onde sofrerão eternamente juntamente com Satanás, a Besta, o Falso Profeta e todos os anjos caídos. Está escrito: “E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo”(Ap 20:15). A eterna separação de Deus é o destino eterno dos incrédulos. É o que a Bíblia considera de segunda morte (Ap 20:14). Esta separação é definitiva e não representa aniquilamento ou fim da existência, mas uma separação eterna e irreversível de Deus. O pior da condenação é nunca mais ver a Deus!
II. A VIDA APÓS A MORTE
As pessoas que não acreditam na existência de Deus, obviamente, negam a ideia de vida após a morte. Outros, mesmo entre aqueles que se proclamam seguidores de Jesus, ensinam que os injustos deixarão de existir, quando morrerem. Em contraste, Jesus claramente ensinou que a existência não cessa com a morte (Mateus 22:31-32; Lucas 16:19-31). O problema fundamental nesta doutrina humana que diz que a existência cessa com a morte, é o erro de não entender que a morte é uma separação, e não o fim da existência da pessoa (veja Tiago 2:26). Algumas igrejas, seguindo doutrinas de homens, negam a existência do Inferno, mas a Bíblia mostra que todos serão julgados e separados: os justos para a vida eterna; e os ímpios para o castigo eterno, separados de Deus para sempre (João 5:28-29; Mateus 25:41,46).
1.O que diz o Antigo Testamento. A idéia da imortalidade estava presente tanto na cultura grega quanto na cultura judaica. A morte é algo que vai contra o projeto original de Deus. E o homem, no recôndito de seu ser, não aceita a idéia da morte, de forma que não foi difícil a ele chegar à concepção de que a morte física não poderia ser o fim de tudo.
No Antigo Testamento, a ideia de imortalidade estava presente entre os judeus. As Escrituras hebraicas contêm afirmações a respeito da imortalidade, da existência após a morte física, desde o seu primeiro escrito, que muitos entendem ter sido o livro de Jó, que teria sido escrito pelo próprio patriarca ou por Moisés, quando ainda estava entre os midianitas. Em Jó 19:25-27, o patriarca exclama que sabia que seu Redentor vivia e que por fim se levantaria sobre a Terra e que, depois de consumida a sua pele, ainda em sua carne veria a Deus.
Por mais que se especule a respeito deste texto, por mais que se levantem questionamentos a respeito da passagem, não há como deixar de ver aqui uma noção de uma imortalidade, de uma existência depois da morte física (“depois de consumida minha pele”, diz o patriarca). Esta ideia das Escrituras hebraicas, que perpassará toda a revelação divina através do Antigo Testamento, sempre traz a ideia de uma nova existência após a morte física, mas com o mesmo corpo que foi consumido. “Ainda na minha carne, os meus próprios olhos, e não outros”, dizia o patriarca. Esta mesma crença, aliás, está presente em Marta, quando Jesus lhe indaga, em Betânia, se cria que seu irmão Lázaro haveria de ressuscitar (João 11:23,24).
2. O que diz o Novo Testamento. O Novo Testamento é bastante claro no que diz respeito à imortalidade da alma. Cito alguns textos que ativam a nossa percepção de que a alma sobrevive à morte (Lc 16:19-31; João 14:1-3; 2Co 5:8; Fp 1:23; 1Ts 4:16,17; Ap 6:9-11).
Quando o apóstolo Paulo pensava em sua morte, ele afirmou: “...desejamos antes deixar este corpo, para habitar com o Senhor” (2Co 5:8). Ele também diz que seu desejo é “partir, e estar com Cristo...” (Fp 1.23). Jesus também disse ao ladrão que estava morrendo ao lado dele na cruz: “Hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23:43).
Observação: O Paraíso ou “Seio de Abraão” (Lc 16:19;23:43) era um lugar intermediário de felicidade, em um dos lados do Hades (região dos mortos), onde antes as almas dos salvos aguardavam conscientes a ressurreição (Lc 16:26). Essa região do Hadesexistiu até o dia da ressurreição de Cristo, quando eles então ressuscitaram (Mt 27:52,53). O Hades tinha dois lados separados entre si por um abismo intransponível. O “Seio de Abraão” era separado do lugar de tormentos. Depois de Cristo, os crentes, quando morrem, vão direto para o Céu “estar com Cristo” (Fp 1:23; 2Co 5:8). Por outro lado, o lugar de tormentos do Hades ainda existe, e é aonde os não-salvos vão depois que morrem, para aguardar o Grande Trono Branco (Juízo Final), que acontecerá depois do Milênio, quando, então, irão de lá para o Inferno (lago de fogo e enxofre), juntamente com Satanás e seus anjos (Ap 20:5,11-15). Quando Jesus morreu, não foi ao Inferno, Ele foi ao Hades(Ef 4:9)), esteve no lado chamado “Seio de Abraão” e trouxe os salvos à ressurreição, e os levou ao Céu (Ef 4:9,10).
Alguns segmentos cristãos, como, por exemplo, os adventistas do sétimo dia, acreditam que ao morrer o ser humano a sua alma fica num estado inconsciente, ou seja, ela apenas dorme, esperando a ressurreição do corpo. Dizem isso com base no texto bíblico de 1Tessalonicesses 4:13-15, quando Paulo se dirige aos cristãos Tessalonicenses, esclarecendo-lhes acerca daqueles que morreram fisicamente – “não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem...”(1Ts 4:13).
A expressão “dormiam” empregada por Paulo neste texto tem significado figurado, ou seja, não deve ser considerado do ponto-de-vista literal. Paulo utiliza-se da expressão “dormiam” precisamente para mostrar aos crentes de Tessalônica que a morte física para o crente era um estado de separação da comunidade - mas uma separação temporária, passageira -, assim como é a separação daquele que dorme dos seus familiares. Quando dormimos, separamo-nos daqueles com quem convivemos por um período de tempo, sem, no entanto, deixar de viver, sem que nem sequer deixemos de ter atividades psíquicas e mentais.
Quando Paulo usa a expressão “dormiam”,em hipótese alguma estava dizendo que, quando uma pessoa morre, ela passa a ficar inconsciente, a ter um sono espiritual que somente terminará quando da volta de Cristo ou do julgamento final. Se Paulo estivesse dizendo isto, estaria contradizendo o próprio Jesus, que, ao relatar a história do rico e de Lázaro, mostra claramente que, após a morte, a pessoa mantém plenamente a sua consciência, sendo levada a um lugar(o Hades) onde aguardará ou a primeira ressurreição, ou a ressurreição do último dia (Ap 20:5,12 e 13).
Outrossim, se Paulo estivesse dizendo que o ser humano, ao morrer, entra num estado de inconsciência, estaria contradizendo o próprio ministério de Jesus Cristo, que, ao se transfigurar, conversou e teve a companhia de Elias e de Moisés, tendo este último morrido fisicamente (Dt 34:5).
Outrossim, se Paulo estivesse dizendo que o ser humano, ao morrer, entra num estado de inconsciência, estaria contradizendo o próprio Jesus Cristo que, quando indagado sobre a ressurreição, pelos saduceus, disse que Deus Se identificou a Moisés como o Deus de Abraão, Isaque e Jacó porque era um Deus de vivos e não de mortos (Mc 12:27), acrescentando ainda que eles, saduceus, erravam muito por entenderem que a morte física era o fim de tudo.
Vemos, portanto, que não há como se defender que a morte física é uma circunstância de inconsciência por parte do homem, até porque a morte física é tão somente a separação do corpo do homem interior, pois o que Deus sentenciou foi o retorno do pó à terra e o homem interior não veio do pó da terra, mas do fôlego de vida inserido no homem pelo próprio Deus (Gn 2:7).
Também, o texto de Lucas 16:19-31(“parábola” do rico e do Lázaro), refuta a doutrina do “sono da alma”, a doutrina de que a alma não é consciente entre a morte e a ressurreição.
O certo é que quando Cristo ou Paulo dizia que um morto “dormia”estava usando uma metáfora, referindo-se ao sono do corpo, que irá ressuscitar e, portanto, quando morto, fica como se estivesse “dormindo”.
III. MORTE, O INÍCIO DA VIDA ETERNA
A morte é, sem dúvida, um absurdo, porque não se encontra no plano original de Deus, mas ela não é o fim da existência, muito pelo contrário, é apenas o início da eternidade.
1. Esperança, apesar do luto. Embora o salvo tenha grande esperança e alegria ao morrer, os demais que ficam não deixam de lamentar a partida dele. Sendo um ente querido, a dor é ainda maior, mesmo que essa pessoa não seja crente (o que, aliás, aumenta ainda mais a dor para o cristão, por saber que esta separação é definitiva). Quando Jacó faleceu, por exemplo, José lamentou profundamente a perda de seu pai. O que se deu com José ante a morte de seu pai é semelhante ao que acontece a todos os crentes, quando falece um seu ente querido(ver Gn 50:1). Mas, apesar do luto, há uma esperança.
O apóstolo Paulo ao ensinar os cristãos de Tessalônica acerca da morte física não admitia que os crentes tessalonicenses a encarassem da mesma maneira que os demais que não tinham esperança, que não tinham a compreensão do significado da morte física para o salvo. Disse ele: “Não quero que sejais ignorantes acerca dos que já dormem para que não vos entristeçais como os demais, que não têm esperança” (1Ts 4:13). O apóstolo sabia que a tristeza era natural aos que ficavam vivos diante de uma morte. Não havia como deixar de sentir tristeza diante da separação de um irmão em Cristo, mormente numa igreja onde havia tanto amor fraternal como a de Tessalônica.
Jamais se pode exigir de um crente que não sinta tristeza numa ocasião fúnebre, pois, além da tristeza própria de cada um, sentimos, em situações como esta, a tristeza de todos os que nos cercam, num ambiente que aumenta, ainda mais, a tristeza, tanto que Jesus, mesmo sabendo que ressuscitaria Lázaro, chorou diante do clima fúnebre quatro dias depois do sepultamento de Lázaro. Se Jesus chorou, quem somos nós para não nos entristecermos diante disto?
Sentimos tristeza quando alguém querido se separa fisicamente de nós porque somos humanos e isto é perfeitamente natural, não residindo aí a diferença entre o crente e o ímpio. O apóstolo enfatiza que a tristeza do crente, embora natural e perfeitamente compreensível, não pode ter o mesmo sentido da tristeza do ímpio e é este sentido, este significado que faz a diferença entre uma e outra. “Não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança”. O crente fica triste quando alguém morre, mas não pode agir como os ímpios, que não têm esperança.
A distinção entre a tristeza do crente e a tristeza do ímpio em ocasiões fúnebres está na esperançaque tem o crente de que, além da morte física, existe uma eternidade de delícias com o Senhor, existe uma plenitude da vida eterna que já começamos a gozar aqui. O crente sabe que, com a morte física, há tão somente uma passagem para uma comunhão mais perfeita com o Senhor, é uma etapa a mais na caminhada rumo à glorificação, quando, então, no dia do arrebatamento da Igreja, tanto mortos quanto vivos, que agora são filhos de Deus, terão manifestado o que haverão de ser, pois, quando Cristo Se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque assim como é O veremos (1João 3:2). Sabendo disso, temos conforto e consolo face à promessa de nos reunirmos, num corpo glorioso e transformado, com o Senhor naquele dia em que seremos glorificados.
Portanto, quando estivermos diante de uma ocasião fúnebre de um servo do Senhor, não devemos nos desesperar, como é costumeiro ocorrer quando se trata da morte de ímpios ou da reação deles diante da morte de entes queridos, como estava acontecendo em Tessalônica, mas, pelo contrário, ainda que entristecidos, porque humanos somos, temos de nos consolar e nos confortar com a esperança que temos de que Jesus virá buscar a Sua igreja e que, vivos e mortos, serão reunidos nos ares e se encontrarão com o Senhor, para vivermos uma plenitude de comunhão com Ele.
A morte física do crente, portanto, não é apenas um motivo de tristeza, mas uma fonte de esperança e de estímulo e incentivo em seguirmos ao Senhor até o fim com fidelidade e santidade.
2. A morte de Cristo e a certeza da vida eterna. A grande diferença entre a fé cristã e as demais crenças que o homem tem é o fato de que Deus provou a verdade do evangelho e do perdão dos pecados em Cristo Jesus por intermédio da morte e ressurreição de Jesus. O apóstolo Paulo disse que a fé cristã seria vã, seria vazia, não teria qualquer sentido se Cristo não tivesse ressuscitado(cf 1Co 15:14). O túmulo vazio é a principal e a irrefutável prova de que Cristo é a verdade, que Seu sacrifício foi aceito por Deus e tem poder para reconciliar a humanidade com o seu Criador.
Jesus ressuscitou, ou seja, morreu mas reviveu, e reviveu num corpo glorioso, um corpo que não estava submetido às leis da natureza, tanto que ingressou em local onde as portas e janelas estavam fechadas no cenáculo em Jerusalém; desapareceu após abençoar o alimento em Emaús e subiu aos céus, desafiando a gravidade no monte das Oliveiras. A ressurreição de Cristo é a comprovação de que Deus irá, também, ressuscitar os crentes que tiverem morrido até o dia do arrebatamento da Igreja, pois Jesus prometeu que todos os Seus com Ele viveriam para sempre nas moradas celestiais que Ele haveria de preparar(cf João 14:1-3).
3. A morte: o desfrutar da vida eterna. A vida não consiste apenas do breve percurso entre o berço e a sepultura. Há uma dimensão transcendental na vida. Fomos criados à imagem e semelhança de Deus e temos uma alma imortal. Nossa vida não se milita apenas a este mundo. O sepulcro frio não é o nosso destino final. Nossa existência não se finda com a morte. O maior bandeirante do cristianismo, o apóstolo Paulo, disse que se a nossa esperança se limitar apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens(1Co 15:19). A crença de que somos apenas matéria, e de que tudo em nossa vida não passa de reações químicas, leva-nos ao desespero. A falsa compreensão de que não existe vida depois da morte, e de que a morte tem o poder de pôr fim à existência carimbada pelo sofrimento, tem levado muitos indivíduos a saltar no abismo do suicídio em busca de um alívio ilusório.
Na verdade, a morte não põe um ponto final na existência(Lc 16:22,23). Do outro lado da sepultura, há uma eternidade de gozo ou sofrimento, de bem-aventurança ou tormento. Depois da morte, há dois destinos eternos: Céu ou Inferno. Podemos descrer ou negar isso, mas não invalidar essa verdade.
CONCLUSÃO
“Preciosa é à vista do Senhor a morte dos seus santos”(Salmo 116:15). A Morte do justo é de grande valor para Deus. É a ocasião em que é libertado de todo o mal, e levado vitoriosamente desta vida ao Céu. Para os salvos, a Morte não é o fim da vida, mas um novo começo. Neste caso, ela não é um terror (1Co 15:55-57), mas um meio de transição para uma vida plena de felicidade eterna. Para o salvo, morrer é ser liberto das aflições deste mundo (2Co 4:17) e do corpo terreno, para ser revestido da vida e glória celestiais (2Co 5:1-5).
Em fim, para o crente a Morte é a entrada da Paz (Is 57:1,2) e na glória (Sl 73:24); é ser levado pelos anjos “para o seio de Abraão” (Lc 16:22); é ir ao “Paraíso” (Lc 23:43); é ir à casa de nosso Pai, onde há “muitas moradas” (João 14:2); é uma partida bem-aventurada para estar “com Cristo” (Fp 1:23); é ir “habitar com o Senhor” (2Co 5:8); é um dormir em Cristo (1Co 15:18; cf João 11:11; 1Ts 4:13); “ é ganho...ainda muito melhor” (Fp 1:121,23); é a ocasião de receber a “coroa da justiça” (ler 2Tm 4:8).
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Novo Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.
Revista Ensinador Cristão – nº 51.
Caramuru Afonso Francisco – A Vinda de Jesus e a Ressurreição dos santos.
Sentimos tristeza quando alguém querido se separa fisicamente de nós porque somos humanos e isto é perfeitamente natural, não residindo aí a diferença entre o crente e o ímpio. O apóstolo enfatiza que a tristeza do crente, embora natural e perfeitamente compreensível, não pode ter o mesmo sentido da tristeza do ímpio e é este sentido, este significado que faz a diferença entre uma e outra. “Não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança”. O crente fica triste quando alguém morre, mas não pode agir como os ímpios, que não têm esperança.
A distinção entre a tristeza do crente e a tristeza do ímpio em ocasiões fúnebres está na esperançaque tem o crente de que, além da morte física, existe uma eternidade de delícias com o Senhor, existe uma plenitude da vida eterna que já começamos a gozar aqui. O crente sabe que, com a morte física, há tão somente uma passagem para uma comunhão mais perfeita com o Senhor, é uma etapa a mais na caminhada rumo à glorificação, quando, então, no dia do arrebatamento da Igreja, tanto mortos quanto vivos, que agora são filhos de Deus, terão manifestado o que haverão de ser, pois, quando Cristo Se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque assim como é O veremos (1João 3:2). Sabendo disso, temos conforto e consolo face à promessa de nos reunirmos, num corpo glorioso e transformado, com o Senhor naquele dia em que seremos glorificados.
Portanto, quando estivermos diante de uma ocasião fúnebre de um servo do Senhor, não devemos nos desesperar, como é costumeiro ocorrer quando se trata da morte de ímpios ou da reação deles diante da morte de entes queridos, como estava acontecendo em Tessalônica, mas, pelo contrário, ainda que entristecidos, porque humanos somos, temos de nos consolar e nos confortar com a esperança que temos de que Jesus virá buscar a Sua igreja e que, vivos e mortos, serão reunidos nos ares e se encontrarão com o Senhor, para vivermos uma plenitude de comunhão com Ele.
A morte física do crente, portanto, não é apenas um motivo de tristeza, mas uma fonte de esperança e de estímulo e incentivo em seguirmos ao Senhor até o fim com fidelidade e santidade.
2. A morte de Cristo e a certeza da vida eterna. A grande diferença entre a fé cristã e as demais crenças que o homem tem é o fato de que Deus provou a verdade do evangelho e do perdão dos pecados em Cristo Jesus por intermédio da morte e ressurreição de Jesus. O apóstolo Paulo disse que a fé cristã seria vã, seria vazia, não teria qualquer sentido se Cristo não tivesse ressuscitado(cf 1Co 15:14). O túmulo vazio é a principal e a irrefutável prova de que Cristo é a verdade, que Seu sacrifício foi aceito por Deus e tem poder para reconciliar a humanidade com o seu Criador.
Jesus ressuscitou, ou seja, morreu mas reviveu, e reviveu num corpo glorioso, um corpo que não estava submetido às leis da natureza, tanto que ingressou em local onde as portas e janelas estavam fechadas no cenáculo em Jerusalém; desapareceu após abençoar o alimento em Emaús e subiu aos céus, desafiando a gravidade no monte das Oliveiras. A ressurreição de Cristo é a comprovação de que Deus irá, também, ressuscitar os crentes que tiverem morrido até o dia do arrebatamento da Igreja, pois Jesus prometeu que todos os Seus com Ele viveriam para sempre nas moradas celestiais que Ele haveria de preparar(cf João 14:1-3).
3. A morte: o desfrutar da vida eterna. A vida não consiste apenas do breve percurso entre o berço e a sepultura. Há uma dimensão transcendental na vida. Fomos criados à imagem e semelhança de Deus e temos uma alma imortal. Nossa vida não se milita apenas a este mundo. O sepulcro frio não é o nosso destino final. Nossa existência não se finda com a morte. O maior bandeirante do cristianismo, o apóstolo Paulo, disse que se a nossa esperança se limitar apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens(1Co 15:19). A crença de que somos apenas matéria, e de que tudo em nossa vida não passa de reações químicas, leva-nos ao desespero. A falsa compreensão de que não existe vida depois da morte, e de que a morte tem o poder de pôr fim à existência carimbada pelo sofrimento, tem levado muitos indivíduos a saltar no abismo do suicídio em busca de um alívio ilusório.
Na verdade, a morte não põe um ponto final na existência(Lc 16:22,23). Do outro lado da sepultura, há uma eternidade de gozo ou sofrimento, de bem-aventurança ou tormento. Depois da morte, há dois destinos eternos: Céu ou Inferno. Podemos descrer ou negar isso, mas não invalidar essa verdade.
CONCLUSÃO
“Preciosa é à vista do Senhor a morte dos seus santos”(Salmo 116:15). A Morte do justo é de grande valor para Deus. É a ocasião em que é libertado de todo o mal, e levado vitoriosamente desta vida ao Céu. Para os salvos, a Morte não é o fim da vida, mas um novo começo. Neste caso, ela não é um terror (1Co 15:55-57), mas um meio de transição para uma vida plena de felicidade eterna. Para o salvo, morrer é ser liberto das aflições deste mundo (2Co 4:17) e do corpo terreno, para ser revestido da vida e glória celestiais (2Co 5:1-5).
Em fim, para o crente a Morte é a entrada da Paz (Is 57:1,2) e na glória (Sl 73:24); é ser levado pelos anjos “para o seio de Abraão” (Lc 16:22); é ir ao “Paraíso” (Lc 23:43); é ir à casa de nosso Pai, onde há “muitas moradas” (João 14:2); é uma partida bem-aventurada para estar “com Cristo” (Fp 1:23); é ir “habitar com o Senhor” (2Co 5:8); é um dormir em Cristo (1Co 15:18; cf João 11:11; 1Ts 4:13); “ é ganho...ainda muito melhor” (Fp 1:121,23); é a ocasião de receber a “coroa da justiça” (ler 2Tm 4:8).
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Novo Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.
Revista Ensinador Cristão – nº 51.
Caramuru Afonso Francisco – A Vinda de Jesus e a Ressurreição dos santos.