Aula 05 – OBADIAS: O PRINCÍPIO DA RETRIBUIÇÃO




4º Trimestre/2012

Texto Básico: Obadias 1:1-4,15-18

“Porque o dia do SENHOR está perto, sobre todas as nações; como tu fizeste, assim se dará contigo; a tua maldade cairá sobre a tua cabeça” (Ob 15).

INTRODUÇÃO


Obadias, o livro mais curto do Antigo Testamento, representa um dramático exemplo da resposta de Deus a qualquer um que maltrate seus filhos. Deus retribui as ações arrogantes do homem no devido tempo.

Edom era uma nação montanhosa que ocupava uma região a sudoeste do mar Morto. Como descendentes de Esaú (Gn 25:19-27:45), os edomitas tinham um parentesco de sangue com Israel e eram guerreiros robustos, impetuosos e orgulhosos. Pertenciam a uma nação que, por estar no alto da montanha, parecia ser invencível. De todos os povos, deveriam ser os primeiros a se apressar para ajudar seus irmãos do Norte, Israel. Entretanto, ao contrário, apreciavam com maligna satisfação os problemas de Israel, capturavam e devolviam os fugitivos ao inimigo e até saqueavam os seus campos. Por causa de sua indiferença em relação a Deus, por terem-no desafiado, e também pelo orgulho, covardia e traição aos seus irmãos de Judá, os edomitas foram condenados e destruídos - é o princípio da retribuição.

Quando a Igreja sofre nas mãos dos inimigos de Deus, ela precisa voltar-se para a profecia de Obadias e renovar a sua fé no Deus justo ali revelado. Ele se preocupa com o seu povo perseguido e, por trás das circunstancias presentes, sempre trabalha por ele.



I. A SOBERANIA DE DEUS

1. Conceito. A declaração mais comum citada nas Igrejas é: “Deus é soberano”. Mas qual o conceito bíblico de soberania? Sendo um dos seus atributos (aquilo que lhe é próprio, qualidade), a soberania de Deus é uma autoridade inquestionável que o Senhor detém sobre o Universo, pelo fato óbvio de que Ele é o Criador e Governador de todas as coisas(Is 44:6;45:6; 46:10; Ap 11:17).

Deus é onipotente, onipresente e onisciente, e, em virtude destes atributos, é soberano, visto que tem todo o poder, está presente em todos os lugares ao mesmo tempo e sabe de todas as coisas. Sem tais atributos, com os quais se relaciona com o mundo, não poderia ser soberano, não teria a autoridade suprema sobre tudo e sobre todos.

Deus, na sua soberania, havia determinado que o filho mais velho de Isaque serviria ao mais moço (Gn 25:23). A linhagem do Messias passaria por Jacó, e não por Esaú. A escolha divina não se baseava em mérito, porque os dois ainda não eram nascidos quando Deus fez sua escolha (Rm 9:11-13). A eleição divina é baseada totalmente na graça e não em merecimentos. Isaque, tolamente, tentou alterar o desígnio de Deus, endereçando a bênção a Esaú (Gn 27:1-4), e Rebeca, por outro lado, tentou manipular as coisas de forma pecaminosa para ajudar na consecução do propósito divino (Gn 27:5-17). Não podemos insurgir-nos contra os propósitos soberanos de Deus, nem precisamos dar uma mãozinha para o Senhor. Ele é poderoso para fazer cumprir seus planos eternos (Jó 42:2). Tanto Isaque quanto Rebeca erraram em suas atitudes. Ambos deixaram de confiar em Deus e de descansar na sua sábia providência. Todas as vezes que tentamos tomar os rumos da vida em nossas próprias mãos, descrendo da Providência, atropelamos as coisas, causamos muitos males a nós mesmos e provocamos nos outros grandes sofrimentos.

2. Livre arbítrio. A soberania de Deus permitiu que o ser humano fosse criado com um atributo, o livre-arbítrio, que é a faculdade mediante a qual o homem é dotado de poder para agir sem coações externas, e de acordo com sua própria vontade ou escolha. Como um livre agente, o ser humano tem a capacidade e a liberdade de escolha, inclusive a de desobedecer a Deus (Dt 30:11-20 e Js 24:15). Isso, por si só, é suficiente para que ele seja responsável pelas consequências de seus atos.

O Senhor não quis criar seres autômatos, verdadeiros “robôs”, mas, na sua soberania, quis que fossem criados seres que, assim como Ele, pudessem saber o que é o bem e o que é o mal, e, portanto, tivessem liberdade para escolher fazer o bem, seguindo, assim, as determinações divinas, ou de fazer o mal, ou seja, escolherem ter uma vida em que estivessem distantes de Deus. Essa liberdade de escolha aparece já nos primórdios de Gênesis, na aurora da raça humana, quando o primeiro casal dá ouvidos à serpente e comete por sua livre vontade a primeira transgressão contra Deus(Gn 3:1-13).

Ao indicar ao homem que ele tinha liberdade, o texto sagrado diz-nos que o Senhor “ordenou” ao homem” (Gn 2:16), numa clara demonstração que o fato de o homem poder comer livremente das árvores do jardim era resultado da soberania divina, não demonstração de sua fraqueza. Se o homem optasse por comer da árvore da ciência do bem e do mal, como acabou optando, nem por isso Deus deixaria de ser soberano. Tanto assim é que, no dia da queda, Deus não só compareceu na viração do dia para ter um relacionamento com o homem, como também lhes aplicou as penalidades que já haviam antes sido prescritas (Gn 2:16,17). Aliás, esta prontidão em fazer justiça é uma das características da sua soberania.

Portanto, quando o homem peca, afastando-se de Deus (é o homem que se afasta de Deus, não o contrário, como podemos ver claramente em Gn 3:8 e em Tg 4:8), usa da liberdade que o Senhor lhe dá, mas Deus, em momento algum, se ausenta do mundo ou se distancia do homem para que este possa “respirar liberdade”, como defende a falaciosa “teologia relacional” ou “teísmo aberto” (um dos pontos principais dessa falsa teologia é que ‘Deus não é soberano’), porque a liberdade que Deus dá ao homem não implica em ausência nem afastamento de Deus, até porque Deus é onipresente, tem de estar presente em todos os lugares, em todo o tempo; caso contrário, não seria Deus. Portanto, o livre arbítrio não nega a soberania de Deus; pelo contrário, a confirma.

II. O LIVRO DE OBADIAS

Obadias é o menor livro do Antigo Testamento, com apenas vinte e um versículos. O fato de Obadias ser o menor não significa que ele é menos importante. Há lições grandiosas contidas neste livro que precisam ser exploradas. Há alertas solenes que precisam ser ouvidos. Há juízos severos que precisam ser evitados. O livro de Obadias tem uma mensagem urgente, oportuna e necessária para a família, a igreja e as nações. Este livro, mais do que qualquer outro, mostra os frutos amargos dos erros cometidos no passado por uma família piedosa.

1. Contexto histórico. Para que possamos entender o livro de Obadias, precisamos entender o contexto em que o profeta está inserido. Séculos antes de Obadias, Jacó e Esaú, os dois filhos de Isaque, tiveram descendentes que, séculos mais tarde, formaram as nações de Judá e Edom. As relações entre estas duas nações foram marcadas pela hostilidade através do período do Antigo Testamento. O rancor começou quando os dois irmãos gêmeos Esaú e Jacó se dividiram em disputa (cf Gn 27:32–33). Os descendentes de Esaú, consequentemente, se estabeleceram numa área chamada Edom, situada ao sul do mar Morto, enquanto os descendentes de Jacó destinaram-se à terra prometida, Canaã, e se tornaram o povo de Israel. Com o passar dos anos numerosos conflitos se desenvolveram entre os edomitas e os israelitas. Essa amarga rivalidade forma o fundo histórico da profecia de Obadias. Ao longo do período de cerca de 20 anos (605-586 a.C.), os babilônios invadiram a terra de Israel e fizeram repetidos ataques à Jerusalém, a qual foi finalmente devastada em 586 a.C. Os edomitas viram essas incursões como uma oportunidade para eliminar sua amarga sede contra Israel. Então, os edomitas juntaram-se aos babilônios contra seus parentes e ajudaram a profanar a terra de Israel.

Não podemos deixar de crer que Deus, por meio desses acontecimentos, estava julgando seu próprio povo, pois Judá havia sido advertido por Deus acerca de seus pecados. Mas que Ele também iria julgar aqueles que estavam atacando seu povo. Não muito depois desse evento, Deus julgou os edomitas; cinco anos depois de Nabucodonosor ter atacado Jerusalém, ele também expulsou os edomitas de suas terras.

Nos tempos de Cristo, os descendentes dos edomitas foram os da casa de Herodes, chamados de idumeus. Eles mostraram seu desprezo pelos judeus quando os governaram, autorizados pelos romanos, e também pretenderam acabar com o plano da salvação quando Herodes intentou matar o menino Jesus.

Os últimos conflitos entre edomitas e israelitas, entre Esaú e Jacó, estão nas páginas do Novo Testamento. O primeiro é entre Herodes, o Grande, e Jesus (Mt 2:16). Vem a seguir o conflito entre Herodes Antipas e João Batista (Lc 3:19). Herodes Agripa I perseguiu a igreja (At 12:1), e Atos 26 nos mostra o encontro entre Herodes Agripa II e o apóstolo Paulo. No ano 70 d.C., Jerusalém foi destruída pelos romanos; à sua frente estavam membros da família herodiana (edomita). Os judeus foram dispersos e os edomitas acabaram liquidados pelos romanos. Desapareceram para sempre, cumprindo-se o que disse Obadias: "Ninguém mais restará da casa de Esaú" (Ob 18). Os edomitas nunca mais se reergueram, mas os judeus se reagruparam como um Estado, novamente, em 1948.

Este relato é um tipo da vitória da igreja de Deus contra seus inimigos. Hoje, os inimigos fazem aliança para perseguir a igreja, mas no Dia do Senhor, a Igreja, a Noiva do Cordeiro, triunfará sobre todos os seus inimigos. Todos os inimigos de Deus terminam seus dias da mesma maneira: julgados e aniquilados.

O Dia do Senhor virá sobre os ímpios. Não importa quão grande seja seu poder. Eles terão de beber o cálice da ira de Deus. Serão julgados e condenados. Diz o profeta Isaías: "O forte se tornará em estopa, e a sua obra em faísca; ambos arderão juntamente, e não haverá quem os apague" (Is 1:31).

2. Estrutura e mensagem.

a) Estrutura. Obadias começa com um título que identifica a profecia como “visão de Obadias” e que atribui o pronunciamento do Senhor Jeová (v.1). O livro possui duas seções principais:

· Na primeira seção (vv. 1-14), Deus expressa, através do profeta, sua ardente ira contra Edom, e exige deste uma prestação de contas por sua soberba originada de sua segurança geográfica, e por ter-se regozijado com a derrota de Judá. O juízo divino vem sobre eles. Da sua posição de soberba e falsa segurança, Deus irá derribá-lo (vv 2-4). A terra e o povo serão saqueados e espoliados (vv 5-9). Por quê? Por causa da violência que Edom praticou contra seu irmão Jacó (v.10), porque Edom se regozijou com o sofrimento de Israel e juntou-se com seus atacantes para roubar e violar Jerusalém no dia da sua calamidade (vv 11-13) e porque os edomitas impediram a fuga do povo de Judá e os entregou aos invasores (v.14).

· A segunda seção (vv. 15-21) refere-se ao Dia do Senhor, quando Edom será destruído juntamente com todos os inimigos de Deus, ao passo que o povo escolhido será salvo, e seu reino triunfará. Apesar do julgamento pelo qual Israel passou, Obadias deixou claro que a nação se ergueria novamente, e que possuiria a terra dos filisteus e dos edomitas, e que iria se alegrar com o reino do Messias (vv 19-21).

b) Mensagem. A mensagem de Obadias é um brado de Deus às nações, às instituições humanas, às igrejas, alertando a todos nós que Deus resiste ao soberbo, e o mal que praticamos contra os outros cairá sobre nossa própria cabeça.

O núcleo da profecia de Obadias é dirigido aos edomitas, por estarem sob o juízo de Deus em virtude da crueldade para com Israel nos dias do seu sofrimento (v.10). Os crimes de Edom são citados na ordem de progressão do seu horror (vv. 11-14): o Senhor não permitirá que fique sem castigo o que Edom fez. O que os edomitas fizeram vai cair sobre as suas próprias cabeças. No entanto, Obadias progride do geral para o particular, do juízo de Deus sobre Edom para o “dia do Senhor”, que vai significar o seu juízo sobre todas as nações, inclusive Israel, e o estabelecimento do reino de Deus.

Os reinos do mundo têm os pés de barro; um Dia eles se tornarão pó, mas o Reino de Deus se erguerá invencível, vitorioso e eterno. Edom caiu, a Babilônia caiu, o império medo-persa caiu, o império grego caiu, o império romano caiu, e todos os demais impérios caíram ou ainda cairão, mas o Reino será do Senhor (Ob 21). O Reino de Deus sobrepuja todos os reinos deste mundo. “Ele cobrirá toda a terra como as águas cobrem o mar” (Hc 2:14). O Reino será do Senhor e do seu Cristo eternamente. Escreveu João: "O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos" (Ap 11:15).

3. Posição no Cânon. Obadias não declara quando entregou sua severa denúncia profética. Datar o escrito, que é o livro mais curto do Antigo Testamento, é um problema. Talvez a chave encontre-se no versículo 11, mas os estudiosos discordam entre si quanto a que evento especifico na historia de Jerusalém se refira a profecia de Obadias. É provável que tenha entregado sua mensagem logo em seguida à queda de Jerusalém diante de Nabucodonosor, em 586 a.C. Caso prevaleça esta posição, então a colocação de Obadias entre Amós e Jonas não está baseada na cronologia.

Embora o Novo Testamento não se refira diretamente a Obadias, a inimizade tradicional entre Esaú e Jacó, que subjaz a este livro, também é mencionado no Novo Testamento. Paulo refere-se à inimizade entre Esaú e Jacó em Rm 9:10-13, mas passa a lembrar da mensagem de esperança que Deus nos dá: todos os que se arrependerem de seus pecados, tanto judeus quanto gentios, e invocarem o nome do Senhor, serão salvos (Rm 10:9-13).

III. EDOM, O PROFANO

1. Origem. Os edomitas eram os descendentes de Esaú, e Judá era a descendência de Jacó. Esaú e Jacó eram irmãos gêmeos, portanto essas duas nações nasceram do mesmo ventre (o ventre de Rebeca, esposa de Isaque). Eram nações gêmeas. Porém, a inabilidade de Isaque e Rebeca acabou provocando ciúmes nos filhos e abrindo uma brecha para o ódio, que não cessou de arder por cerca de dois mil anos.

Tudo começou com um erro de Isaque e Rebeca, pais de Esaú e Jacó. Esses pais cometeram o grave erro de ter preferências por um filho em detrimento do outro. Isaque amava mais a Esaú, e Rebeca tinha predileção por Jacó (Gn 25:28). Essa falta de sabedoria dos pais plantou no coração dos filhos a semente maldita da inimizade, do ódio e da competição. Esse ódio trouxe profundas feridas na vida dos pais, separou os irmãos e atravessou as gerações, desembocando agora em uma atitude irracional de maldade dos edomitas, ao associar-se com os invasores que arrasaram os seus irmãos judaítas. Essa atitude perversa e cruel dos edomitas unindo-se aos caldeus para oprimir, escravizar e matar os judeus foi a gota que transbordou do cálice, trazendo o juízo peremptório de Deus aos edomitas (Ob 10; Ml 1:2-5).

Esaú tornou-se um jovem profano e rejeitou sua herança por um prato de lentilhas (Gn 25:30; Hb 12:16). Alguém disse que essa refeição foi a mais cara da história, jamais alguém pagou um preço tão alto por uma sopa. Esaú demonstrou seu desprezo pelas coisas espirituais. Por ser um homem profano, era materialista. Os valores espirituais não tinham importância para ele. Essa mesma atitude é seguida pelos seus descendentes. Eles se tornaram profanos e materialistas. Embora tivessem divindades, foram essencialmente irreligiosos, vivendo para comer, saquear e vingar-se.

2. O orgulho leva à ruína. Obadias descreve Edom como um povo orgulhoso (Ob 3). Edom habitava no monte Seir, uma cordilheira de montanhas rochosas. Ali estava a capital Petra, a inexpugnável cidade edomita. Do alto de suas rochas escarpadas, os edomitas se vangloriavam de colocar o seu ninho entre as estrelas (Ob 4). Jamais aquela fortaleza havia sido saqueada. Eles se sentiam seguros, blindados por uma fortaleza natural. Mas Deus diz por meio do profeta Obadias que, ainda que eles colocassem o seu ninho entre as estrelas, de lá seriam derrubados. A soberba é a sala de espera do fracasso. Onde o orgulho levanta sua bandeira, a derrota fragorosa é inexoravelmente imposta.

A arrogante cidade dos edomitas foi tomada, seus bens foram saqueados, seu povo foi disperso e eles colheram exatamente o que plantaram. O mal que eles despejaram sobre a cabeça dos judeus caiu sobre a sua própria cabeça.

Assim como o povo de Edom foi destruído por causa de seu 
s.orgulho, todos os que desafiam a Deus também serão aniquilado.

IV. A RETRIBUIÇÃO DIVINA

1. O princípio da retribuição. Retribuição significa “pagar na mesma moeda”. Tal princípio acha-se na Lei de Moisés (Ex 21:23-25; Lv 24:16-22; Dt 19:21). Os pecados de Edom foram orgulho e crueldade. A soberba econômica e política, associada a uma posição geográfica privilegiada fez dos edomitas um povo altivo e soberbo. Alem da soberba, Edom entregou-se à crueldade, associando-se aos caldeus na matança do povo de Judá, seus parentes chegados. Essa atitude abriu feridas no coração de seus irmãos e também atingiu o coração de Deus. A retribuição divina não se fez esperar. O mal que Edom fez a Judá caiu sobre a sua própria cabeça.

A vida é uma semeadura. Colhemos o que plantamos. Aqueles que plantam o mal colhem o mal. Aqueles que semeiam vento colhem tempestade. Aqueles que semeiam na carne, da carne colhem corrupção. Aquilo que fazemos aqui determinará nosso destino amanhã. Querer fazer o mal e receber o bem é zombar de Deus, e de Deus ninguém zomba (Gl 6:7).

2. O castigo de Edom. O castigo de Edom foi profetizado por Obadias de forma segura: "... porque o SENHOR o falou" (Ob 18). Essa expressão é como a assinatura do Eterno, que afirma a verdade da profecia. Uma vez que Jeová falou, essas declarações têm autoridade e são seguras.

Edom não agiu com urbanidade nem com fraternidade em relação aos judaítas. Eles olhavam para os judaítas como inimigos. Não defenderam seus irmãos nem choraram pela tragédia que sobre eles se abateu. Antes, vibraram com sua ruína e participaram de sua pilhagem. Esse gesto não apenas fez amargar a vida dos judaítas, mas provocou a ira de Deus. Foi a quebra desse princípio do amor fraternal que levou Edom à sua derrota final e definitiva.

A derrota de Edom não procede de homens, mas de Deus. Sua sentença de morte não foi lavrada num tribunal da terra, mas no tribunal do céu. A inescapabilidade de sua derrota não se deve ao juízo dos homens, mas à sentença de Deus: "... porque o SENHOR o falou" (Ob 18). A sentença de Deus é irrevogável e inapelável. Não há um tribunal superior a quem recorrer. O tribunal de Deus é a última instância, e sua sentença é definitiva e final. Insurgir-se contra Deus e contra seu povo é marchar rumo a uma derrota inevitável, inexorável e irreversível.

O rev. Hernandes Dias Lopes, citando Clyde Francisco, diz que, em 312 a.C, os árabes nabateus expulsaram os edomitas do seu reduto próximo ao mar Vermelho, capturando a capital dos idumeus, Sela, e rebatizando-a como Petra. Segundo a profecia de Obadias, os seus descendentes vieram a se estabelecer no Neguebe e, por meio de casamentos com outros povos, tornaram-se os idumeus do Novo Testamento. Herodes, o Grande, veio desta linhagem, de modo que nela e em Jesus podemos ver, por outro ângulo, a luta e o contraste entre edomitas e israelitas. Em 70 d.C, Tito destruiu tanto os idumeus (edomitas) como os israelitas, fazendo os primeiros desaparecer definitivamente da história.

3. A história está rigorosamente nas mãos de Deus. Os edomitas pensaram que estavam ajudando a colocar uma pá de cal sobre Judá. Eles pensaram que a Babilônia estava no controle da situação e que eles eram seus coadjuvantes na empreitada de destruir Jerusalém. Mas as rédeas da história não estão nas mãos dos poderosos deste mundo. Quem está assentado na sala de comando do Universo é o Deus Todo-poderoso. É Deus quem conduz a história para o seu fim glorioso, quando seu povo será exaltado e glorificado. 

CONCLUSÃO

Deus julgará e punirá com rigor a todos os que maltratarem seu povo. Podemos confiar em sua vitória final. Ele é nosso Defensor e podemos ter a certeza de que Ele fará com que a verdadeira justiça prevaleça. Todos os que são orgulhosos um dia ficarão perplexos ao descobrirem que ninguém está isento da justiça divina.

A mensagem de Obadias culminará no dia em que o Messias voltar, de uma vez por todas, para reunir seu próprio povo dentre todas as gentes e para reinar sobre ele por mil anos, e após, nos novos céus e nova terra, em seu reino eterno. Amém!


Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Antigo Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.
Revista Ensinador Cristão – nº 52 – CPAD.
A Teologia do Antigo Testamento – Roy B.Zuck.
Comentário Bíblico Beacon, v.5 – CPAD.
Obadias e Ageu (uma mensagem urgente de Deus à igreja contemporânea) – Rev.Hernandes Dias Lopes.