Deus escolhe Arão e seus filhos para o sacerdócio



INTRODUÇÃO  LIÇÃO 11.

ARÃO 

Arão é mais conhecido como líder dos sacerdotes hebreus. Era descendente de Levi, filho de Amram e de sua esposa Joquebede (Êx 6.20). Irmão mais novo de Miriam, ele tinha três anos quando seu irmão Moisés nasceu (Êx 7.7). Teve quatro filhos com sua esposa Eliseba. Nadabe, Abiu, Eleazar e Itamar. Os dois primeiros morreram perante o altar (Lv 10.1,2) e, depois da morte do pai, a sucessão passou para Eleazar (Nm 20.26). 

Nos relatos bíblicos, Arão aparece primeiro como assistente de Moisés e seu porta-voz. Em resposta a uma ordem de Deus, Arão, que tinha permanecido no Egito durante os quarenta anos da ausência de Moisés, foi em seguida encontrá-lo na “montanha de Deus” e o reapresentou à comunidade dos hebreus no Egito (Êx 4.27-31). Moisés deveria receber a mensagem diretamente de Deus e era obrigação de Arão transmitir essa mensagem ao povo (Êx 4.16). Arão também acompanhou Moisés quando este foi à presença do Faraó pedir que Israel tivesse permissão de realizar uma festa no deserto (Êx 5.1). Foi Arão que realizou os milagres na presença do Faraó como prova de que sua autoridade vinha do Deus Todo-Poderoso (Êx 7.10). Mais tarde, durante a batalha contra os amalequitas, Arão, com a ajuda de Hur, sustentou as mãos de Moisés até que o povo de Israel fosse vitorioso.  

Arão aparece no Monte Sinai como um ancião que, como representante de seu povo, tinha permissão, juntamente com seus dois filhos, Moisés e mais 70 anciãos de se aproximar da própria presença do Senhor (Êx 24.1-11). Depois, quando Moisés devia se encontrar sozinho com Deus na montanha, ele nomeou Arão como líder interino do povo (Êx 24.13-18). Foi durante esse período de sua maior responsabilidade que Arão traiu tragicamente a confiança nele depositada. Menos de 40 dias depois de ter estado face a face com o Deus de Israel, Arão cedeu à pressão popular e sancionou a volta dos hebreus à idolatria. Quando confrontado com Moisés, ele tentou fugir à responsabilidade de seu papel na apostasia (Êx 32.21-24). É estranho que nenhuma menção tenha sido feita a respeito da punição de Arão. 

Mais tarde, sua fraqueza revelou-se no ciúme mesquinho que o levou a juntar-se a sua irmã Mariã, numa queixa contra Moisés pelo fato desse último ter afirmado ser o porta-voz de Deus, e por causa de seu casamento com uma mulher de origem cusita (Nm 12). Miriam foi castigada, mas Arão novamente não foi disciplinado, talvez por causa de seu cargo de sacerdote. Mais tarde, Arão e Moisés enfrentaram uma rebelião que terminou quando ambos intercederam pelo povo (Nm 16.47). O consequente florescer do poder de Arão serviu para justificá-lo, bem como o seu sacerdócio perante toda a nação (Nm 17). Ele morreu no Monte Hor com a idade de 123 anos (Nm 20.28). 

A principal importância de Arão foi ter estabelecido o sacerdócio. Ele tinha a responsabilidade de comparecer perante Deus como representante da nação, de interceder pelo povo e oferecer os sacrifícios. O sacerdócio assim estabelecido, durou até o ano 70 d.C. Embora não tenha sido relacionado entre os heróis da fé (Hb 11), Arão é reconhecido como sendo o sumo sacerdote nomeado por Deus que ajudou a preparar o povo para o sumo sacerdócio maior, que foi o de Cristo (Hb 5.4).   

Texto extraído do “Dicionário Bíblico Wycliffe”, editado pela CPAD / Por.  Pr. Luis Fernando de Souza Setorial 4 Posse.