Lição 12 - A consagração dos sacerdotes
INTRODUÇÃO
I. A CONSAGRAÇÃO DE ARÃO E SEUS FILHOS
II. O SACRIFÍCIO DA POSSE
III. CRISTO, PERPÉTUO SUMO SACERDOTE
CONCLUSÃO
O QUE É UNÇÃO
Unção¹ A unção fazia parte da cerimônia da consagração dos sacerdotes (Êx 29.7; 40.13; Lv 6.22; Nm 35.25) dos reis (1 Sm 9.16; 10.1; 15.1) e às vezes dos profetas (1 Rs 19.16; cf. Is 45.1). João fala sobre a unção (em grego chrisma) do Espírito Santo (1 Jo 2.20,27), que transmite o conhecimento e o discernimento da verdadeira igreja, ao contrário dos sismas (2.29) e uma sólida doutrina da encarnação versus as heresias (2.22). João está se referindo ao dom do Espírito Santo que nos guia em toda a verdade (Jo 14.26; 16.13).
Unção² Nas Escrituras, a prática da unção com o óleo, fosse com perfume ou sem, tinha um significado secular e religioso. Em hebreu, duas palavras eram usadas: suk (que aparece somente nove vezes) e a palavra mais comum mashah, conhecida como Messias, “o ungido”. As palavras gregas são: aleipho, que é comparável a suk; e chrio, da qual vem o nome “Cristo”, que possui o mesmo significado de Messias.
O termo hebraico suk designava uma prática diária que consistia em esfregar o corpo com o óleo de oliva depois do banho, ou ungir a cabeça de um convidado com o óleo (Dt 28.40; Rt 3.3; Et 2.12). No entanto, esta prática era proibida durante o luto (2 Sm 12.20; 14.2; Is 61.3; Dn 10.3). Em Êxodo 30.31,32, onde este termo é traduzido como “verter”, afirma-se especificamente que o óleo sagrado não deveria ser usado para propósitos comuns.
Em uma única passagem, com respeito às pessoas, o termo mashah parece indicar um ato não religioso de ungir o corpo (Am 6.6).
[...] No Antigo Testamento, o conceito da unção está associado ao Messias que viria (Sl 45.7; 89.20; Is 61.1; Dn 9.24). A palavra grega chrio traz esse conceito ao Novo Testamento, onde Deus está sempre envolvido. Nas referências aos sacerdotes, reis e profetas do Antigo Testamento, este conceito tem a mesma função de mashah. Em Lucas 4.18, Jesus aplicou a unção mencionada em Isaías 61.1 a si mesmo. Pedro relata a unção de Jesus com o Espírito Santo (At 10.38), e Paulo relaciona a unção com o selo do Espírito e a prova do relacionamento dos cristãos com Cristo (2 Co 1.21,22). Assim, os escritores do Novo Testamento entendiam metaforicamente a unção, que consiste em dotar de poder espiritual e entendimento (1 Jo 2.20,27). No Antigo Testamento a unção está relacionada ao ofício dos reis (1 Sm 10.1-9; 16.13), mas no Novo Testamento está associada com Cristo e com aqueles que são as testemunhas cristãs, dentro de um contexto de proclamação do Evangelho.