LIÇÃO 13
TEMA A DEUS EM TODO TEMPO
INTRODUÇÃO
I. UMA VERDADE QUE NÃO PODE SER
ESQUECIDA
II. OS DOIS GRANDES MOMENTOS DA VIDA
III. AS DIFERENTES DIMENSÕES DA
EXISTÊNCIA HUMANA
IV. PRESTANDO CONTA DE TUDO
CONCLUSÃO
PARA CONCLUIR A LIÇÃO
O
JULGAMENTO DAS OVELHAS E DOS BODES
John
Macarthur Jr.
Tudo
no Sermão do Monte caminha em direção a um juízo final, e os temas desse juízo,
envolvendo a separação dos crentes dos não-crentes, estão presentes em todo o
sermão. Vimos anteriormente que todas as três parábolas desse sermão contêm
símbolos gráficos do juízo que está próximo. E o grande tema dominante de todo
o sermão ― o repentino aparecimento de Jesus Cristo ― é continuamente retratado
como sendo o supremo acontecimento que irá precipitar e sinalizar a chegada de
um juízo maciço e catastrófico. Agora Cristo nos dá uma poderosa descrição
desse juízo:
E,
quando o Filho do Homem vier em sua glória, e todos os santos anjos, com ele,
então, se assentará no trono da sua glória; e todas as nações serão reunidas
diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as
ovelhas. E porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda.
–
Mateus 25.31-33
Não
há ninguém na Escritura que possa dizer mais sobre isso do que o Senhor Jesus.
Ele advertiu repetidamente a respeito do iminente julgamento dos que não se
arrependem (Lc 13.3,5). Ele falou muito mais sobre o inferno do que sobre o
céu, usando sempre os termos mais nítidos e perturbadores. A maior parte do que
sabemos sobre o destino eterno dos pecadores veio dos lábios do Salvador. E
nenhuma das descrições bíblicas do juízo é mais severa ou mais intensa do que
aquelas feitas por Jesus.
No
entanto, Ele sempre falou sobre essas coisas usando os tons mais ternos e
compassivos. Ele sempre insiste para que os pecadores abandonem os seus
pecados, reconcialiem-se com Deus, e se refugiem nEle para que não entrem em julgamento. Melhor
do que qualquer outro, Cristo conhecia o elevado preço do pecado e a severidade
da cólera divina contra o pecador, pois iria suportar toda a força dessa cólera
em benefício daqueles que redimiu. Portanto, ao falar sobre essas coisas, Ele
sempre usou a maior empatia e a menor hostilidade. E até chorou quando olhou
para Jerusalém sabendo que a cidade, e toda a nação de Israel, iria rejeitá-lo
como seu Messias e, em breve, sofreria uma destruição total.
E, quando ia chegando, vendo a cidade, chorou
sobre ela, dizendo: Ah! Se tu conhecesses também, ao menos neste teu dia, o que
à tua paz pertence! Mas, agora, isso está encoberto aos teus olhos. Porque dias
virão sobre ti, em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras, e sitiarão,
e te estreitarão de todas as bandas, te derribarão, a ti e a teus filhos que
dentro de ti estiverem, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, pois que não
conheceste o tempo da tua visitação.
–
Lucas 19.41-44
Em
um importante sentido, todo o Sermão do Monte representa uma simples expansão
desse apelo compassivo. Começando no mesmo ponto de partida ―um lamento sobre a
iminente destruição de Jerusalém― Cristo simplesmente amplia a sua perspectiva
e transmite aos discípulos um extenso apelo que inclui desde o futuro
escatológico até o momento do seu retorno e do juízo que o acompanhará.
Portanto, esse mesmo espírito que inspirou o pranto de Cristo sobre a cidade de
Jerusalém, permeia e dá um colorido a todo o Sermão do Monte. E Mateus, que
estava presente e ouviu em primeira mão, registrou tudo isso no seu Evangelho,
que é como um farol para todos os pecadores, em todos os tempos. Trata-se do
último e terno apelo do Senhor para o arrependimento, antes que seja tarde
demais.
Examinando
esse sermão também vemos que todos os vários apelos de Jesus para sermos fiéis
e todas as suas advertências para estarmos preparados ficam reduzidos a isso:
eles representam um compassivo convite para nos arrependermos e crermos. Ele
está nos prevenindo de que devemos nos preparar para a sua vinda porque, quando
retornar, Ele trará o Juízo Final. E, ao concluir o seu sermão, Ele descreve
detalhadamente esse juízo.
Essa
parte remanescente do Sermão do Monte transmite uma das mais severas e solenes
advertências sobre o juízo em toda a Escritura. Cristo, o Grande Pastor, será o
Juiz, e irá separar suas ovelhas dos bodes. Estas palavras de Cristo não foram
registradas em nenhum dos outros Evangelhos. Mas Mateus, pretendendo retratar
Cristo como Rei, mostra-o aqui sentado no seu trono terreno. Na verdade, esse
juízo será o primeiro ato depois do seu glorioso retorno à Terra, sugerindo que
esta será a sua primeira atividade como governante da Terra (cf. Sl 2.8-12). Esse
evento inaugura, portanto, o Reino Milenial, e é distinto do juízo do Grande
Trono Branco descrito em Apocalipse 20, que ocorre depois que a era milenial chega ao fim. Nesse caso, Cristo está
julgando aqueles que estarão vivos no seu retorno, e irá separar as ovelhas (os
verdadeiros crentes) dos bodes (os descrentes). Os bodes representam a mesma
classe de pessoas que são retratadas como servos mais, como virgens
imprudentes, e como o escravo infiel nas parábolas imediatamente precedentes.