Porque aquele que entrou no descanso de Deus, também ele mesmo descansou de suas obras, como Deus das suas. Descansa no SENHOR e espera nele. Hebreus 4:10 e Salmos 37:7a.
A palavra descanso na língua original significa “cessação do labor”, “refrigério”. O descanso é um tônico para os cansados, um alívio do trabalho árduo. Restaura e refrigera o corpo, a mente e a alma das muitas preocupações. Mas, estamos vivendo em um mundo onde as pessoas não consegue descansar. Qual é a razão? Espiritualmente falando a razão é a incredulidade, pois a incredulidade impede o descanso. Hebreus 4:3a. Nós, porém, que cremos, entramos no descanso.
A vida cristã parece ser engraçada, porque quando alguém nasce de novo, logo no início de sua caminhada o recém-convertido tenta fazer alguma coisa, mas não vai obter nada do Senhor. Por quê? Porque o cristianismo não começa com um grande faça, mas com um grandioso já foi feito. Quando cremos em nossa inclusão no corpo de Cristo, ou seja, em nossa morte e ressurreição juntamente com Ele, verificaremos que do início até o fim, a vida cristã baseia-se no princípio da nossa total dependência do Senhor Jesus. Com relação a nossa regeneração nada podemos fazer, mas pela graça de Deus, Ele já fez tudo para mim, em Cristo. É quando cremos neste bendito fato consumado lá na cruz é que podemos descansar e sossegar. Isaías 30:15. Porque assim diz o SENHOR Deus, o Santo de Israel: Em vos converterdes e em sossegardes, está a vossa salvação; na tranqüilidade e na confiança, a vossa força, mas não o quisestes.
Desde a criação do mundo vemos um maravilhoso princípio de descanso. Deus trabalhou seis dias e depois disso usufruiu seu descanso. Adão iniciou sua vida com o descanso; Deus trabalhou antes de descansar, mas o homem precisa primeiro entrar no descanso de Deus, e só depois é que pode trabalhar. Não se trata de nós trabalharmos para Deus, mas de Deus trabalhar para nós. Deus nos dá nossa posição de repouso. Ele nos traz a obra terminada de Seu Filho e no-la apresenta, dizendo: “Por favor, sente-se”. Nossa vida cristã inicia-se com a descoberta das coisas que Deus já havia providenciado para nós. Penso que a oferta de Deus a nós não pode ser expressa de melhor forma do que nas palavras do convite para o grandioso banquete: À hora da ceia, enviou o seu servo para avisar aos convidados: Vinde, porque tudo já está preparado. Lucas 14:17.
A partir deste ponto, a experiência cristã continua da forma como iniciou, não com base em nosso próprio trabalho, mas sempre baseada na obra concluída de Cristo. Pensemos um pouco: Como foi que recebemos o perdão de nossos pecados? Diz as Escrituras que foi segundo a riqueza da sua graça. Fomos redimidos pelo sangue de Cristo, ou seja, temos redenção pelo que o Senhor fez. No qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça, que Deus derramou abundantemente sobre nós em toda a sabedoria e prudência. Efésios 1:7-8.
Irmãos, qual é, então, o critério de Deus para o derramamento de Seu Espírito? É a exaltação do Senhor Jesus. Porque sabemos que quando Cristo morreu na cruz, Ele nos levou a morrer nEle e seu sangue nos perdoou de todos os nossos pecados; porque Ele foi exaltado e colocado no trono, recebo poder do alto. Nem uma nem outra dádiva depende do que eu sou, nem do que eu faço. Jamais mereci o perdão, e jamais mereci o dom do Espírito. Recebo tudo, não mediante o que eu faço, mas mediante o que Cristo fez. Pelo fato de Cristo ser exaltado a destra do Pai, podemos receber a Promessa. Exaltado, pois, à destra de Deus, tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vedes e ouvis. Atos 2:33.
Você não precisa implorar a Deus essa dádiva, não precisa agonizar, nem engajar-se em reuniões demoradas de espera. Essa dádiva lhe pertence não por causa de algo que você tenha feito, mas por causa da exaltação de Cristo. Quando cremos no Senhor, somos selados com o Espírito Santo da promessa. Este selo, tanto quanto a nossa crucificação com Cristo e perdão de pecados, já vem embutidos no “Evangelho da vossa salvação”. Efésios 1:13. Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa.
Quando o Espírito Santo nos revela Cristo e nós cremos nEle, imediatamente, sem que haja necessidade de qualquer ato de nossa parte, inicia-se uma vida de união com o Senhor. Mais uma vez descobrimos que o segredo não está em nosso fazer, mas em nosso descansar e crer naquilo que já foi feito. Portanto, a experiência de Cristo tornou-se a nossa experiência espiritual, e Deus pode referir-se a nós como tendo já todas as coisas nEle. Tudo quanto nós temos agora, temos em Cristo Jesus. Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados. Romanos 8:17.
De todas as parábolas dos evangelhos, a do filho pródigo constitui a suprema ilustração da maneira de agradarmos a Deus sem canseira. Assim disse o pai em Lucas 15:32 Mas era justo alegrarmo-nos e regozijarmo-nos, porque este teu irmão estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado.
Com estas palavras Jesus nos revela o que é que, de modo supremo, na esfera da redenção, alegra o coração de seu Pai. Não é o irmão mais velho que trabalha sem cessar para o pai, mas o irmão mais novo que permite que o pai faça tudo por ele. Não é o irmão mais velho que sempre quer ser aquele que dá, mas o irmão mais novo que está sempre disposto a receber. Quando o pródigo voltou para casa, tendo despendido suas forças e seus bens, numa vida de dissolução, o pai não proferiu uma palavra de recriminação contra a passada luxúria do filho, nem uma única palavra a respeito da perda dos bens. O pai não se entristeceu por causa das perdas; apenas alegrou-se pela oportunidade que o retorno do filho lhe concedia de gastar mais ainda com ele. O pai queria era o relacionamento com seu filho. E nós fomos chamados para que? Leiamos 1 Coríntios 1:9 Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados à comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor.
Deus é tão rico que sua principal alegria consiste em dar. Suas câmaras de tesouros estão tão repletas que lhe dói o fato de nós nos recusarmos a dar-lhe a oportunidade de despejar sobre nossas vidas as riquezas que Ele armazenou para os seus filhos. A alegria do pai foi poder ver no filho pródigo alguém que poderia usar a melhor túnica, o anel, as sandálias e ser homenageado com um banquete. A tristeza do pai foi que o filho mais velho não se posicionou para receber tantas bênçãos. Mas, nós não temos dado ouvido a Sua Palavra. Ah! Se o meu povo me escutasse, se Israel andasse nos meus caminhos! Eu o sustentaria com o trigo mais fino e o saciaria com o mel que escorre da rocha. Salmos 81:13 e 16.
Quando ouvimos a Sua voz e cremos, somos unidos ao Senhor, então podemos descansar. A vida cristã consiste em estar assentado com Cristo nos lugares celestiais, porque morremos com Ele e Deus nos ressuscitou juntamente com Cristo. E estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, - pela graça sois salvos, e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus; Efésios 2:5-6.
Estamos assentados, estamos descansados no Senhor. Amém.
Autor: Claudio Morandi
Divulgação: EstudosGospel.Com.BR