Bíblia, a biblioteca do Espírito Santo





"A Bíblia é o livro dos livros." Inspirada por Deus, escrita pelos homens, concebida no céu, nascida na terra, odiada pelo inferno, pregada pela igreja, perseguida pelo mundo e crida pelos fiéis.

A Bíblia é o livro dos paradoxos: é o livro mais lido no mundo e ainda desconhecido por grande parcela da humanidade. É o livro mais amado e o mais odiado. É o livro mais obedecido e o mais escarnecido. É o livro mais pregado e o mais combatido.

A Bíblia tem sido o farol de Deus na escuridão da história. Ela é o fanal que orienta o nauta, o mapa que norteia o caminhante. A Bíblia é o coração de Deus aberto, é o braço de Deus estendido, a vontade de Deus declarada. Na Bíblia os céus e a terra se abraçam. O infinito toca o finito, o eterno invade o temporal, o divino e o humano se encontram.

A Bíblia é a espada do Espírito, poderosa arma de combate contra as hostes inimigas que conspiram contra nós. A Bíblia é o bisturi de Deus que cirurgia os tumores infectos do pecado e lancetam os abscessos do coração. A Bíblia é fogo que consome os entulhos armazenados no porão da mente e queima a pragana que conspurca a alma. A Bíblia é martelo que quebra as resistências e a dureza do nosso coração.



A Bíblia é o livro de Deus. É o livro do céu. É o livro dos livros. É o livro que muitas vezes acorrentado trouxe libertação. É o livro que muitas vezes jogado nas fogueiras da intolerância e do preconceito, tem tirado vidas das chamas do inferno. É o livro que muitas vezes sendo alvo de ódio consumado tem ensinado o perdão. A Bíblia é o livro por excelência, é o maior de todos os livros, é o livro de Deus, do céu, a biblioteca do Espírito Santo

A Bíblia é o livro singular. Em primeiro lugar, porque ela tem unidade plena na diversidade completa. Foi escrito durante 1.600 anos, por mais de quarenta escritores diferentes, de culturas diferentes, em línguas diferentes, para pessoas diferentes, entretanto, em momento algum sua harmonia foi afetada. Há uma concordância absoluta no conteúdo das Escrituras, porque o seu verdadeiro autor é o próprio Deus. Ela foi inspirada pelo Espírito Santo.

Em segundo lugar, porque suas profecias cumpriram-se, estão se cumprindo e cumprir-se-ão rigorosamente. A Bíblia escreve a história antes dela acontecer. As profecias bíblias não são previsões óbvias nem vagas. A história é o desenrolar dos planos eternos de Deus exarados na sua Palavra.

Em terceiro lugar, porque ela é o grande instrumento que Deus usa para chamar as pessoas à salvação. A fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus. O evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo o que crê. Há uma nuvem de testemunhas de pessoas que foram arrancadas das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus através da instrumentalidade das Escrituras.

É tempo de voltarmos à centralidade das Escrituras. Ela precisa alumiar os nossos passos e clarear os nossos caminhos. Ela é a nossa única norma de vida e a nossa regra de fé. Devemos voltar ao lema da Reforma Protestante do Sola Scriptura. Quando a Palavra de Deus cresce, a igreja cresce. Quando a Palavra de Deus é crida e obedecida, a igreja se santifica e se torna uma coroa de glória nas mãos do Senhor.


Hernandes Dias Lopes
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Características que podem auxiliar na identificação de seitas




Seitas são grupos que praticam o desvio doutrinário, que interpretam a Bíblia de forma errônea e praticam heresias. Heresias é um desvio doutrinário, uma distorção do cristianismo á luz da Bíblia. “Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; E porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem” Mt 7.13,14 . Pois o único caminho que nos leva á Deus é Jesus Cristo. “E disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim”João 14.6

Semelhança com o cristianismo.

Possuem forte semelhança com a fé cristã legítima. “Porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo. E não é maravilha, porque o próprio satanás se transfigura em anjo de luz”(2 Co 11:13,14).

Adeptos sinceros.

As seitas são povoadas por pessoas zelosas, mas destituídas de verdadeiro entendimento. “Porque lhes dou testemunho de que tem zelo de Deus, mas não com entendimento” (Rm.10.2).

A origem.

Todas as seitas, praticamente, reivindicam como sua fonte inicial alguma nova revelação da parte de Deus.

Reconhecimento de autoridade adicional às Escrituras.

Têm outras fontes doutrinárias além da Bíblia “Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça” 2 Timóteo 3.16. Adicionar algo à Bíblia é altamente perigoso. Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; E, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte do livro da vida, e da cidade santa, e das coisas que estão escritas neste livro Apocalipse 22:18-19

Pretensão de exclusividade.

Consideram-se a única expressão correta do cristianismo, excluindo todos os demais grupos cristãos.

Negação de verdades essenciais à fé cristã

Não apenas discordam sobre assuntos periféricos ou não essenciais; normalmente, negam aspectos essenciais da fé cristã. Em geral seus ensinos discordam da verdade bíblica em áreas centrais, como a pessoa de Jesus, Espírito Santo, a obra expiatória de Jesus, a justificação pela fé, a Triunidade de Deus, o ensino das Escrituras sobre o pecado (pensamento positivo), ressurreição e ascensão físicas do corpo de Jesus, entre outros.

Isolamento do Mundo-

Os adeptos de seitas se, isolam do mundo onde vivem. O senso de comunidade e o vínculo de amor entre os membros, e a atrofia de relacionamentos com pessoas de fora, tornam o indivíduo alienado.

Deficiência de auto crítica

Na época do regime nazista, utilizou-se um método de reprogramação cognitiva (lavagem cerebral), através de repetição. Diziam que uma mentira repetida 20 vezes, se torna uma verdade para aquele que a repete. Este meio é usado por muitas seitas, e é por isso que a maioria delas aplicam estudos frequentes de suas publicações.

Alto Proselitismo

Os adeptos das seitas, geralmente buscam pessoas já participantes de religiões, afirmando terem eles a verdade. Esta característica está intimamente ligada com o sistema de monopólio da salvação.

Falsas profecias

Muitas seitas já proclamaram o fim do mundo para datas específicas, e, todos erraram.

Estas são algumas, dentre as muitas características de seitas.

A Bíblia nos ensina que as Sagradas Escrituras tornam o homem sábio para a salvação em Jesus Cristo e que sem Jesus não haverá salvação para a vida eterna. As seitas subtraem algumas características da pessoa de Jesus Cristo, retirando a Divindade de Filho de Deus.

Em 1João 5.20 a Bíblia ensina que Jesus é o criador. João 5.8 Ensina que Jesus tem a mesma natureza do Pai, ele nasceu como ser humano, cresceu, sentiu fome e sede, cansou-se e dormiu. A Bíblia afirma a Divindade de Jesus quando afirma que ele é o Filho do Homem Lc 19.10. Qualquer ensino que retire a Divindade de Cristo, subtrai suas humanas qualidades. A Bíblia diz: No princípio era o Verbo, o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus (João 1.1)

As seitas multiplicam por obras, a salvação, colocando fardos pesados sobre as costas das pessoas, inventam métodos para se obter a salvação. Para as seitas a fé pessoal em Jesus tem algum valor, mas não o suficiente e nesse ponto multiplicam por obras próprias a fé no Divino Salvador.


Por Litrazini
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Carrinho de pipocas e a crise



Conta-se que numa cidadezinha do interior residia um pipoqueiro que tinha amor ao seu oficio e o desempenhava à perfeição. Só utilizava o melhor milho e o melhor óleo, sua panela e seus apetrechos eram mantidos imaculadamente limpos e tinha uma mão magistral para dosar o sal.

Todos os dias percorria as ruas da cidade, empurrando seu carrinho de alumínio reluzente. "Pipocas Quentinhas" - gritava, apregoando seu produto. "E Boas de Sal", arrematava, enquanto um cartaz com letras de 10 centímetros de altura, preso ao carrinho, anunciava as virtudes de suas pipocas. Os fregueses não se faziam de rogados e arrebatavam-lhe das mãos os saquinhos transbordantes de pipocas.

Animado pela receptividade de sua clientela, o pipoqueiro selecionava mais cuidadosamente ainda o milho, renovava o óleo com mais frequência e caprichava mais ainda no sal. Chegou até a encomendar saquinhos coloridos para tornar mais atraente a embalagem de seu produto.

Enquanto ia de vento em popa os negócios do pipoqueiro, chegou o período das férias escolares e voltou à casa paterna seu filho de 22 anos, estudante de Administração e Economia numa das faculdades do Rio de Janeiro.

Após os abraços e proverbiais perguntas sobre parentes, amigos e conhecidos, pai e filho entretinham-se em conversação amena quando, indagado sobre o andamento dos negócios, o pai passou a descrever o sucesso de seu trabalho e confidenciou ao filho seus projetos de expansão. Pretendia contratar um ajudante e, além do carrinho, montar uma barraca fixa num dos melhores pontos da cidade.

O filho ouviu-o com um olhar de incredulidade e desaprovação e disse:

- "Papai, o senhor deveria ser mais cauteloso e pensar melhor antes de prosseguir com seus projetos de investimento e expansão. A economia do país entrou em fase de desaquecimento e os indicadores conjunturais prognosticam tempos difíceis sendo iminentes novas medidas restritivas por parte das autoridades monetárias". E prosseguiu por uns bons 20 minutos não poupando referências à estagnação, inflação, à crise energética, ao balanço de pagamentos, ao desemprego, à capacidade ociosa da indústria de bens de capital, à política cambial e a toda uma plêiade de efeitos, consequências e implicações cujo impacto sobre a conjuntura econômica seria dos mais desfavoráveis.

O pipoqueiro era homem de poucas letras e, portanto não lia as notícias econômicas nos jornais e tampouco lhe interessavam os telenoticiários e, evidentemente, ignorava tudo que seu filho lhe contava. Tampouco compreendera o sofisticado jargão do filho, mas orgulhava-se de ter, com muito sacrifício, conseguido enviar à Capital seu primogênito que, após dois anos de estudos, já revelava tão profunda compreensão da situação econômica do país. Nada daquilo fazia qualquer sentido para ele, mas, como poderia deixar de ter razão um rapaz que argumentava com tanto brilho e usava de um linguajar tão elevado?

No dia seguinte, segunda-feira, o pipoqueiro saiu para o trabalho, desanimado, empurrando seu carrinho. Achou que não lhe adiantaria gritar o seu pregão e percorreu o seu caminho de sempre, absorto em pensamentos negativos. Seus clientes habituais continuaram a procurá-lo, apesar de alguns comentarem que o acharam algo mal-humorado e menos atencioso naquele dia.

Na terça-feira, retirou o cartaz que era pesado e teria pouca utilidade na situação que o filho lhe tinha descrito.

Na quarta, deixou de renovar o óleo e alguns clientes reclamaram do sabor algo rançoso das pipocas.

Na sexta, errou a mão no sal e recebeu várias reclamações.

No sábado, sua clientela já estava reduzida quase à metade. Ao regressar à casa, encontrou o filho refestelando-se na rede, enquanto lia o suplemento econômico de um jornal de grande circulação. Cansado e desiludido, dirigiu-se ao brilhante rapaz:

- "Meu filho" - disse - "você tem toda a razão! Não dá mais pra negar, os tempos estão ficando bicudos".


(publicado no Jornal do Brasil, Domingo 12/04/81)
Transcrito Por Litrazini
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O que a Bíblia diz sobre o legalismo?




A palavra "legalismo" não pode ser encontrada na Bíblia. É um termo que os Cristãos evangélicos usam para descrever uma posição doutrinária que enfatiza um sistema de regras e regulamentos para alcançar salvação e crescimento espiritual. 


Legalistas acreditam que é necessário ter uma aderência estrita e literal a essas regras e regulamentos. De acordo com a doutrina ensinada na Bíblia, essa posição vai de encontro à graça de Deus. Aqueles que defendem uma posição legalista podem até deixar de entender o verdadeiro propósito da lei, principalmente da lei de Moisés no Velho Testamento, a qual é para ser um “professor” ou “tutor” para nos levar a Cristo (Gálatas 3:24). 

Em relação à disposição de alguns, legalismo é o contrário de ser gracioso, por isso até crentes podem ser legalistas. Somos ensinados, no entanto, a ser graciosos uns com os outros: "Acolhei ao que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões" (Romanos 14:1).

 É triste dizer que alguns defendem sua posição escatológica de uma forma tão forte que acabam excluindo outras pessoas de sua comunhão antes de dar-lhes a chance de expressar uma opinião diferente. Isso também é legalismo. 
Muitos crentes legalistas de hoje cometem o erro de exigir uma aderência inadequada às suas interpretações bíblicas e até mesmo às suas tradições. 

Por exemplo, alguns acham que para serem espirituais eles precisam evitar cigarro, bebidas alcóolicas, danças, filmes, etc. A verdade é que evitar essas coisas não é garantia de espiritualidade. Para evitar cair no erro do legalismo, podemos começar a aplicar as palavras do apóstolo João: "Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo" (João 1:17). 

Lembre-se também de ser gracioso, especialmente aos irmãos e irmãs em Cristo. "Quem és tu que julgas o servo alheio? Para o seu próprio senhor está em pé ou cai; mas estará em pé, porque o Senhor é poderoso para o suster" (Romanos 14:4). "Tu, porém, por que julgas teu irmão? E tu, por que desprezas o teu? Pois todos compareceremos perante o tribunal de Deus" (Romanos 14:10). 

Uma conselho de precaução é necessário aqui. Enquanto precisamos ser graciosos uns com os outros e tolerantes do desacordo sobre assuntos disputáveis, não podemos aceitar heresia. Somos exortados a batalhar pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos (Judas 3). Se nos lembrarmos dessas diretrizes e então aplicá-las em amor e misericórida, estaremos protegidos contra o legalismo e heresia. 

"Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora. Nisto reconheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus; pelo contrário, este é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que vem e, presentemente, já está no mundo" (1 João 4:1-3).


Fonte: gotquestions.org
do Blog http://mestresteologiaedebates.blogspot.com.br


Beco com saída e Salmo 121





"Tudo o que o Pai me dá virá a mim;
e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora".
"Jesus"

Uma das ações mais eficientes do inimigo é soterrar nossa mente com uma montanha de pensamentos tristes e impossibilidades. Mas ele nunca terá a última palavra nisso, pois não estamos sozinhos. Estou escrevendo esta mensagem, pois sei que você pediu para que o Senhor fale com você. Sei que uma palavra de ânimo é tudo que precisamos para levantar nossa cabeça e olhar para cima. Eu não encontrei muitas palavras de ânimo durante os 11 anos que estive no vale da frustração de um desemprego longo. É por isso que estou aqui, em nome de Jesus, para dizê-las ao seu coração.

Aprendi com um velho pastor, em seus noventa e poucos anos, que devemos vigiar nossa mente, pois dali procedem nossos pensamentos. E esses pensamentos também podem ser, não sei como, plantados, manipulados, repetidos pelo diabo. Se a presença de Deus nos traz alegria, contentamento, satisfação e paz; um espírito maligno quando nos persegue, procura nos oprimir com sentimentos de inutilidade, pensamentos de impossibilidade, de amargura e autodestruição. Quando esta grande onda de amargura abate-se sobre nós, precisamos estar cientes de que alguém esteja por trás dela.

O diabo perde sua capacidade de engano quando sua presença é identificada. É por isso que Tiago escreveu: Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo e ele fugira de vós. Quando você estiver sentindo-se a mais inútil, a mais desprezada, a mais detestada, a mais abandonada das pessoas - CUIDADO! EsTes pensamentos podem estar sendo plantados e manipulados em sua mente. Não dê "mole" para o diabo. Resista.

Aconteceu comigo e quero lhe dar dois conselhos: você precisa aprender a se defender em duas frentes: cuide da saúde indo ao médico, pode ser que alguma disfunção hormonal ou coisa parecida esteja afetando seu metabolismo. Na outra frente, você precisa dedicar-se regularmente à oração. Não qualquer tipo de oração, mas aquela que Jesus sempre fazia quando procurava um lugar, sozinho na presença do Pai, para abrir o coração.

Você pode fazer o mesmo. Abra seu coração para Jesus, converse com Ele. Lembre-se de que no tempo em que Jó estava sendo massacrado pelo diabo, nunca suspeitou da verdade. Jó achava que Deus era mesmo o responsável pelas suas desgraças, entretanto, camuflado por trás de tudo estava o dedo e a inveja do diabo. Até hoje isso não mudou. O ódio e amargura deste ser maligno são espalhados pelos seus demônios e produzem falta de esperança nas mentes sob ataque.

Houve dias em que me sentia tão angustiado, tão deprimido, que se a terra se abrisse eu desejaria ser coberto por ela. Cheguei até mesmo a desejar a morte. Mas como eu tinha aprendido identificar os pensamentos de autoria maligna e ainda tinha por hábito orar sozinho enquanto fazia longas caminhadas, submeti minhas necessidades aos ouvidos do Senhor enquanto resistia aos ataques malignos. Lembro-me perfeitamente bem, das vezes que venci a tristeza e os pensamentos malignos através da oração. Eu dizia: Jesus, eu sei que amanhã o Senhor vai mudar esta situação, que este período vai passar, que vou poder alegrar-me de novo na sua presença.

Glória o nome de Jesus! Louvado seja o nome do Senhor. Sabe o que acontecia? Em cinco minutos eu saía de uma situação de depressão e amargura para outra onde um pequeno sorriso de vitória já começava a se desenhar em minha face.

Não existe beco sem saída, pois Jesus Cristo disse: Eu sou o caminho, a verdade e a vida, Ele veio para desfazer as obras do diabo. Se o diabo tenta fazer você acreditar que é um trapo de pessoa, mascarada, infiel, com um passado vergonhoso, saiba que quando você aceitou Jesus como Salvador de sua alma, de verdade, seus pecados foram perdoados, apagados. Você já foi liberto(a) do seu passado. Não há mais nada a fazer por lá.

Olhe para o futuro. Quando Jesus disse que nem só de pão vive o homem ele estava dizendo que a Palavra de Deus é alimento para nossa vida espiritual. Assim como o leão que quando caça escolhe sua vítima entre aquelas que ficam para trás com sinais de fraqueza, o diabo também sabe que aqueles que não se dedicam à leitura e meditação nas promessas da palavra de Deus são presas fáceis. Leia constantemente a Bíblia.

Fique firme. Creia que há uma boa razão para se manter firme na batalha. Deus criou você para ser uma bênção, não uma bênção qualquer, mas uma bênção especial. É por isso que o inimigo procura de todas as formas impedir sua comunhão com o Espírito Santo para roubar a bênção.

Quem na verdade estão num beco sem saída é o diabo e seus anjos malignos. Nós temos uma esperança viva em Jesus Cristo, e que se orarmos Ele nos ouve.

SALMO 121

"Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro? O meu socorro vem do SENHOR, que fez o céu e a terra. Ele não permitirá que os teus pés vacilem; não dormitará aquele que te guarda. É certo que não dormita, nem dorme o guarda de Israel. O SENHOR é quem te guarda; o SENHOR é a tua sombra à tua direita. De dia não te molestará o sol, nem de noite, a lua. O SENHOR te guardará de todo mal; guardará a tua alma. O SENHOR guardará a tua saída e a tua entrada, desde agora e para sempre".


Mensagem de João Cruzué
SP - 07.06.2008
cruzue@gmail.com
Fonte:http://www.atendanarocha.com/

Suspiros de Oração




As provações da alma e as aflições do coração ganham expressão nos suspiros e soluços, nas queixas e gemidos, mas de uma forma que nunca são produzidos simplesmente pela natureza humana.

A palavra “suspiro” tem uma força bem maior em seu uso bíblico que em nossas conversas normais, ou devemos dizer, no linguajar mais moderno; pois há trezentos anos, o termo significava um lamento, ao invés de um sinal de petulância. “Os filhos de Israel suspiraram por causa da servidão”(Êxodo 2.23), o significado disto é explicado no verso seguinte “E ouviu Deus o seu gemido” (v.24). “O seu gemido” expressa a dor e a tristeza dos israelitas sob a opressão de seus senhores egípcios.

Também assim, lemos que o penosamente afligido Jó declarou: “Porque antes do meu pão vem o meu suspiro; e os meus gemidos se derramam como água.” (Jó 3.24). Assim, pelos suspiros de oração intentamos aquelas perturbações e aspirações da alma que virtualmente são sinônimos de gemidos.

Um “suspiro” é uma declaração inarticulada, e um clamor indistinto para o resgate. Às vezes, os santos são atacados e perturbados, e não podem falar numa linguagem comum a suas emoções: onde as palavras lhes faltam, os pensamentos e sentimentos de seus corações se expressam nos suspiros e clamores.

Os labores do coração de um cristão debaixo da pressão do pecado que habita nele, as tentações de Satanás, a oposição dos ímpios, a carga de uma sociedade desagradável, a impiedade do mundo, a vida de submissão à causa de Cristo na Terra, são descritos de forma variada nas Escrituras. Às vezes, fala-se de estar “contristado” (1 Pedro 1.6), de clamar “das profundezas” (Salmo 130.1), de “rugir” (Salmo 38.8), de “desmaiar” (Salmo 61.2), de estar “perturbado” (Salmo 88.15).

As inquietações e angústia de sua alma são descritas como “gemidos” (Romanos 8.23). Os gemidos do crente não somente são expressões de tristeza, como também de esperança, da intensidade de seus desejos espirituais, de sua busca por Deus, e seu desejo ardente pela bem-aventurança que eles esperam do alto – “E por isso também gememos, desejando ser revestidos da nossa habitação, que é do céu… Porque também nós, os que estamos neste tabernáculo, gememos carregados; não porque queremos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida” (2 Coríntios 5.2,4). Provações da alma deste tipo são peculiares para os regenerados, e, através delas, o cristão pode identificar-se a si mesmo.

Se o leitor agora é tomado por tristeza e suspiros, como um estrangeiro em sua própria terra, então pode-se assegurar que você já não está morto em pecado. Se você se encontra gemendo devido à infecção de seu coração e àquelas obras da corrupção interior que atrapalham o amor perfeito e o serviço sem interrupção a Deus, como você deseja fazê-lo, isto é prova de que um princípio de santidade já foi comunicado à sua alma. Se você geme devido às concupiscências de sua carne contra este começo de santidade, então você deve estar vivo para Deus.

O mundano gemeria por sofrimentos comuns da vida, como perda financeira, dor no corpo, a morte de um querido, mas esta é apenas a voz da natureza humana. O mundano nunca chora em segredo sobre o esfriamento de seu coração ou atos de incredulidade.

Os “gemidos” ou os “suspiros” são a prova da vida espiritual, o caminhar atrás da santidade, a fome e sede de justiça. Eles são, como Sr. Winslow expressou “os sons guiados para o céu”. Eles são a garantia do resgate (2 Coríntios 5.4). Eles são as marcas da união do cristão com Aquele que é o “varão de dores” (Isaías 53.3).

Antes de Jesus curar o surdo, lemos que “levantando os olhos ao céu, suspirou” (Marcos 7.34), o que expressa Sua simpatia com o sofredor, como alguém que “possa compadecer-se das nossas fraquezas” sendo “como nós, em tudo tentado” (Hebreus 4.15). E, outra vez, quando os fariseus vieram a ele “para o tentar”, pedindo um sinal dos céus, vemos Cristo “suspirando profundamente em seu espírito” (Marcos 8.11,12), o que denota Sua santa indignação ao pecado deles, uma tristeza piedosa por suas pessoas, e um pesar dentro de Sua própria alma; porque “ele mesmo, sendo tentado, padeceu” (Hebreus 2.18). Sua santidade sentiu o contato com a maldade. “Quanto mais alguém está próximo do céu, mais ele deseja estar ali. Porque Cristo está ali. Porque quanto mais frequentes e firmes são nossas visões dEle pela fé, mas anelamos e gememos pela remoção de todas as obstruções e impedimentos.

O gemer é um desejo veemente, mesclado com tristeza, pela falta daquilo que se deseja” (John Owen).

Por outro lado, os gemidos e suspiros espirituais do cristão são interpretados por Deus como orações! Aqueles sacrifícios que são aceitáveis a Ele são o “coração contrito e quebrantado” (Salmo 51.17). Os soluços da alma são de grande valor diante dEle.

Os gemidos do crente são uma linguagem inteligível ao céu: “porque o SENHOR já ouviu a voz do meu pranto” (Salmo 6.8): aquele “pranto” pode ser uma súplica a Deus que a eloquência da oração professional não tem. “Senhor, diante de ti está todo o meu desejo, e o meu gemido não te é oculto” (Salmo 38.9).

Nossas lágrimas contam a Ele da tristeza piedosa, nossos gemidos são as aspirações de um espírito contrito. “O SENHOR contemplou a terra, para ouvir o gemido dos presos” (Salmo 102.19,20). Aqui, então, está a consolação – Deus ouve nossos suspiros secretos; Cristo está em contato com eles (Hebreus 4.15); eles sobem ao céu como petições, e são a segurança do resgate.


Arthur W. Pink - Tradução Josaías Jr. | iPródigo

Por Litrazini
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Aula 04 – AMÓS – A JUSTIÇA SOCIAL COMO PARTE DA ADORAÇÃO



4º Trimestre_2012

Texto Básico: Amós 1:1;2:6-8;5:21-23

“Buscai o bem e não o mal, para que vivais; e assim o Senhor, o Deus dos Exércitos, estará convosco, como dizeis” (Am 5:14).

INTRODUÇÃO

O Livro de Amós é uma mensagem de advertências ao povo de Deus; é atual e oportuna. Ele ergue um grande clamor pela justiça social. Ele tira uma radiografia do presente ao analisar o passado distante de Israel nos tempos prósperos do rei Jeroboão II. Amós ataca duas grandes áreas do pecado geralmente condenadas pelos profetas:a idolatria e a injustiça social. A raiz do problema de Israel era sua falsa religiosidade. Embora Israel mantivesse as formalidades rituais da lei e até se excedesse nelas(Am 4:4,5), a idolatria era muito comum (Am 5:26; 2Rs 17:9-17), assim como a violência e a injustiça (Am 2:6-8; 4:1). Deus não tolera a idolatria, que é, na verdade, adoração a demônios(Dt 32:16,17; 1Co 10:20).

Por causa da idolatria e da injustiça social, o Senhor enviou advertências a Israel em forma de fome, sede, desgraças, gafanhotos, pragas e derrotas militares, mas o povo recusou-se a ver a mão de Deus nesses acontecimentos (Am 4:6-11). Logo, o julgamento era inevitável (Am 4:12-5:20), e a punição é retratada em uma série de profecias verbais e visionárias que predisseram a destruição total e o exílio. A mensagem do profeta é ousada e forte, mas seu coração se derrete em profunda compaixão e intercessão pelos impenitentes. Ele fala da graça que convida a todos para uma volta a Deus, em vez de uma entrega irrefletida à religiosidade sem doutrina e sem vida. Ele alerta o povo que se preparem para o encontro com Deus (Am 4:12). Justiça e retidão, esses são os elementos importantes que devem fazer parte do caráter daqueles que são verdadeiros adoradores a Deus. Amós deixa claro que Deus procura adoradores, e não adoração (Am 5:23,24; João 4:24). Ele se interessa mais por caráter do que por carisma.

I. O LIVRO DE AMÓS

1.Contexto histórico. Amós viveu dias de grande prosperidade no Reino do Norte, na época, governado por Jeroboão II. Esse monarca obteve sucessivas vitórias contra seus vizinhos hostis de Israel, e com isso, obteve o controle das rotas comerciais que levavam riqueza a Samaria, a capital do Reino do Norte. "A terra era fértil, as chuvas caíam regularmente e os silos estavam abarrotados de grãos. Nesses anos dourados, foram erguidos majestosos prédios públicos, os ricos construíam espaçosas residências próximas aos centros litúrgicos populares, em Betel e Dã, onde podiam usufruir rituais esplêndidos que satisfaziam seus anseios pela pompa e ostentação. Todavia, por trás da superfície brilhante da sociedade, escondiam-se tragédias terríveis" (Guia do leitor da Bíblia, CPAD, pg. 536).

Muitos se enriqueceram por meio da violência e rapina; pela opressão dos pobres e necessitados (Am 3:10). Credores sem remorso vendiam os pobres como escravos (Am 2:6-8). Usavam balanças enganosas e vendiam aos pobres o refugo do trigo por um peso menor, mas por um preço maior. Os juízes aceitavam dinheiro dos ricos para tomarem decisões injustas nas contendas legais contra os pobres (Am 5:12). As mulheres se mostravam tão duras e tão gananciosas e cruéis quanto os homens. Exigiam dos maridos que oprimissem os pobres e os necessitados para adquirirem os meios de satisfazer a sua vontade (Am 4:1).

Não havia restrição para a prática da injustiça (Am 8:5). Desprezavam os mais nobres sentimentos humanos (Am 2:8). Não toleravam ser repreendidos (Am 5:10). Na busca insaciável da riqueza, os ricos se mostravam insensíveis à ruína do país (Am 6:6). Ufanavam-se de seu poder e autoridade e ficavam sossegados sem pensar na possibilidade do julgamento vindouro (Am 6:1,13).

É contra esse cenário degradante que lemos as palavras de Amós, um fazendeiro das cercanias de Judá que, inesperadamente, fora chamado por Deus para ir a Israel e condenar a injustiça e a apostasia desta nação.

Amós profetizou no período mais próspero dos reinos do Norte e do Sul. Em Judá, o rei Uzias fazia um longo governo de 52 anos, ou seja, de aproximadamente 790 até cerca de 740 a.C. e, em Israel, o reino do Norte, Jeroboão II, por 41 anos, fazia o mais extenso e o mais bem-sucedido governo de Israel, entre 793 a 753 a.C.

Aproximadamente 30 ou 40 anos após a profecia de Amós, a Assíria destruiu a capital de Israel, Samaria, e conquistou o Reino do Norte (722 a.C).

2. Vida pessoal. Amós significa "aquele que carrega fardos" ou "carregador de fardos". O livro contém muitos fardos de julgamentos ou calamidades que o profeta transmitiu a Israel. Amós não era procedente da classe rica e aristocrática, empoleirada no poder, mas oriundo das toscas montanhas de Tecoa, aldeia incrustada nas regiões mais altas da Judéia. Segundo alguns estudiosos, Tecoa ficava nove quilômetros ao sul de Belém. Foi um dos lugares fortificados por Roboão para a proteção de Jerusalém (2Cr 11:6). Com a elevação de 920 metros, servia de lugar para tocar trombeta, e assim transmitir sinais e anúncios ao povo (Jr 6:1).

Amós era pastor de ovelhas e agricultor (Am 1:1), homem de caráter robusto, de voz retumbante, de profundo conhecimento da realidade do mundo ao seu redor. Embora nunca tivesse desfrutado as vantagens de uma educação formal numa "escola de profetas'', tinha absoluta convicção do seu chamado profético. Ao receber sua vocação da parte de Deus, deixou seu lar em Judá, como mero leigo, proclamando, na orgulhosa capital do Reino do Norte, uma mensagem clara e ríspida vinda do próprio Deus. Sem qualquer título oficial de profeta reconhecido, enfrentou os preconceitos do público em Efraim (Am 7:10-17), sem desviar-se do seu propósito. Seu senso de vocação lhe deu firmeza nas provas.

3. Estrutura e mensagem.

a) Estrutura. O Livro de Amós divide-se, de modo natural em três seções:

a.1) Na Primeira seção (Am 1:3-2:16), o profeta dirige primeiramente sua mensagem de condenação a sete nações vizinhas de Israel, inclusive Judá. Tendo levado Israel a aceitar prazerosamente o castigo desses povos (Am 1:3-2:5), Amós passa a descrever vividamente os pecados da nação eleita e a punição que lhe estaca reservada (Am 2:6-16). Esta seção determina o tom da mensagem do livro: a condenação resultará na destruição e exílio da nação israelita.

a.2) A segunda seção (Am 3:1-6:14) registra três mensagem ousadas, iniciando cada uma delas com a expressão: “ouvi esta palavra” (Am 3:1-4:1;5:1). Na primeira, Deus julga Israel como um povo privilegiado, a quem Ele livrara do Egito: “De todas as famílias da terra a vós somente conheci; portanto, todas as vossas injustiças visitarei sobre vós” (Am 3:2). A segunda mensagem começa tratando as mulheres ricas de Israel de “vacas de Basã...que oprimis os pobres, que quebrantais os necessitados, que dizei a seus senhores: daí cá, e bebamos” (Am 4:1). Amós profetiza que elas seriam levadas ao cativeiro com anzóis de pesca, como o justo juízo de Deus requeria (Am 4:2,3). Amós tem palavras semelhantes para os mercadores desonestos, e os governantes corruptos, os advogados e juizes oportunistas e os sacerdotes e profetas prevaricadores. A terceira mensagem (Am 5 e 6) alista as abominações de Israel. Amós, pois, conclama o povo ao arrependimento: “Ai dos que repousam em Sião” (Am 6:1), pois a ruína estava prestes a se abater sobre eles.

a.3) A última seção (Am 7:1-9:10) registra cinco visões de Amós a respeito do juízo divino. A quarta visão descreve Israel como um cesto de frutos em franco estado de putrefação. O juízo divino já se fazia arder (Am 8:1-14). A visão final mostra Deus em pé ao lado do altar, pronto a ferir Samaria e o reino decadente do qual era ela capital (Am 9:1-10). O livro termina com breve, porém poderosa, promessa de restauração ao remanescente (Am 9:11-15)(Fonte: BEP).

b) Mensagem. Amós faz uma radiografia da sociedade israelita, uma diagnose da nação. Ele põe o dedo na ferida e brada com sua retumbante voz denunciando os pecados do povo de Israel, bem como das nações vizinhas. As nações circunvizinhas, uma a uma, são chamadas à barra do tribunal de Deus para responderem por suas atrocidades - O profeta Amós demonstra uma profunda convicção de que Deus governa não apenas seu povo, mas, também, as nações.

A mensagem de Amós toca nos mais intrincados problemas da ordem política, social, econômica, moral e espiritual do seu tempo. Ele ataca com veemência a política externa governada pela ganância insaciável e pelo ódio desmesurado que oprime os que não podem oferecer nenhuma resistência. Ele atinge com sua mensagem os endinheirados embriagados pela soberba, que viviam nababescamente, enquanto os pobres explorados por eles amargavam uma dolorosa realidade. Amós não poupa aqueles que se entregavam aos prazeres desregrados, tapando os ouvidos à voz da própria consciência. O profeta boiadeiro alerta para o fato de que, onde a voz da graça de Deus não é ouvida, a trombeta do juízo é tocada irremediavelmente.

Observe que Amós não se dirigiu pessoalmente a Jeroboão II. Não há nenhum apelo direto ao rei para ouvir sua mensagem. Amós dirigiu-se ao povo de Israel (Am 2:10-12; 3:11). Dirigiu uma palavra forte às mães e às matronas que exigiam o melhor dos alimentos e mobiliário, com sacrifício dos pobres (Am 4:1). De modo semelhante, fala aos pais que levavam seus filhos à flagrante idolatria (Am 2:7b), aos fazendeiros (Am 4:7-9; 5:l6b,17), aos soldados (Am 5:3), aos juízes (Am 5:7), aos homens de negócios (Am 5:11; 8:4-6), aos adoradores (Am 5:21-23), aos líderes de Samaria (Am 6:1-7), a Amazias, o sacerdote em Betel (Am 7:14-17), aos homens e às mulheres jovens (Am 8:13). A última interpelação direta é a todo o povo de Deus (Am 9:7).

A mensagem do livro é também uma mensagem de esperança. Sua promessa de restaurar “a tenda de Davi” - esta frase refere-se as doze tribos de Israel, que viverão sob o governo do Messias (Am 9:11) -, e o futuro decisivo do seu povo são retratados em uma descrição final que se assemelha ao Éden em sua fertilidade e bênçãos (Am 9:13-15). Aqui, Amós profetiza acerca de uma terra transformada e gloriosa, onde o povo de Deus poderá continuamente plantar e colher ao mesmo tempo. A terra será abundantemente produtiva, e as bênçãos divinas jamais hão de terminar. A nação de Israel (as doze tribos) será finalmente restabelecida ao Senhor, e nunca mais o abandonará. Em fim, os israelitas permanecerão seguros na sua terra.


II. POLÍTICA E JUSTIÇA SOCIAL

A profecia exerceu um papel fundamental na esfera política e social do povo de Israel. Os profetas como emissários de Deus, tomavam parte ativa na sociedade e na política. Suas profecias tinham não somente uma função política, mas também eram importantes para a manutenção da ordem social. À medida que o tempo foi passando, os profetas foram ficando à margem da sociedade, pelo fato de os reis aos poucos afastarem-se de Deus e detestarem ouvir as palavras do Senhor(cf Jr 36:21-23). Amazias, o sacerdote, tentou silenciar o profeta Amós (cf Am 7:12,13). Ainda assim, Deus utilizou seus servos para clamarem por justiça.

1. Política. “É o conjunto de práticas relativo ao Estado ou a uma sociedade”. A política é algo que está presente em qualquer grupo humano. O próprio Deus, quando criou o homem, afirmou que ele deveria dominar sobre o restante da criação (Gn 1:26), bem como, no jardim onde o colocou, disse que ele deveria guardá-lo (Gn 2:15), numa clara demonstração que a natureza humana envolvia o exercício do poder, consequência do próprio livre-arbítrio de que ele era dotado. Ora, toda relação de poder é uma relação política e, neste sentido, certíssimo estava Aristóteles, o grande filósofo grego, ao afirmar que o homem é um animal político.

Após o dilúvio, Deus renovou o pacto com o gênero humano e nele foi mantido o papel de domínio e de poder sobre o restante da criação (Gn 9:2), ainda que bem demonstrada a limitação da autoridade humana, como se lê em Gn 9:5,6. Não tardou muito e surgiu o primeiro grande dominador do povo (Ninrode-Gn 10:8,9) e o governo humano apresentou-se desafiador contra Deus, a ponto de o Senhor ter destruído aquela comunidade política única por meio do juízo de Babel (Gn 11:7-9). Bem se vê, portanto, que a existência de governo, de poder, de domínio, de política não é algo contrário à ordenação divina, mas, sim, seu mau exercício.

Em Israel, muitos foram os lideres, cujos governos causaram a ruína do povo. Amós presenciou isso bem de perto. Não haja dúvida que o governo de Jeroboão II foi um tempo de prosperidade material. Seu governo alcançou o apogeu econômico. Todavia, foi um tempo de corrupção moral e espiritual. A idolatria havia sido sancionada pelo Estado e misturada à própria adoração. Os pobres estavam sendo oprimidos (Am 2:7,8; 3:9). A justiça estava sendo pervertida (Am 2:7; 5:7). A corrupção estava presente desde o palácio até o santuário. O sacerdote Amazias, que representava o povo e especialmente os lideres, rejeitou abertamente o profeta de Deus e sua mensagem (cf Am 7:12-17). Prosperidade material não é garantia da aprovação de Deus nem evidência de religião pura.

2. A justiça social. Justiça social “é o conjunto de ações sociais estabelecido na sociedade para suprimir as injustiças de todos os níveis”. Justiça e retidão têm mais valor aos olhos de Deus do que rituais religiosos. A prática religiosa sem vida transformada não pode agradar a Deus. Obediência é mais importante do que sacrifício. Ninguém pode provar seu amor por Deus sem amar o próximo.

Amós diz que Deus está mais interessado que a justiça prevaleça nas ruas do que as músicas sacras sejam entoadas nos templos. Com respeito à justiça, Amós fala de abundância (“corra como águas”) e de eternidade (“como ribeiro perene”). Os ribeiros na Palestina correm impetuosamente no tempo das chuvas, mas, nos períodos da seca, eles ficam fraquinhos, ou sem água alguma. O Senhor pede a justiça constante e perene. A religião sem essas qualidades de retidão e de justiça não é a religião bíblica. A religião bíblica é vigorosa, constante e fiel.

Amós sabia que a religião não pode ter apenas uma relação vertical. Ela passa também pela relação horizontal. Ele quer justiça social entre pessoa humano e pessoa humana. Toda sua mensagem serve como prelúdio para a definição que Tiago dá da verdadeira religião: "A religião pura e imaculada diante de nosso Deus e Pai é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se isento da corrupção do mundo" (Tg 1:27).

3. O pecado. O pecado é o opróbrio das nações (Pv 14:34). Antes de uma nação cair nas mãos do inimigo invasor, ela cai pelas suas próprias transgressões. O profeta disse para essa nação: "Volta, ó Israel, para o Senhor teu Deus; porque pela tua iniquidade tens caído" (Os 14:1). Israel havia transgredido a lei de Deus e deixado de viver de acordo com Sua aliança. A primeira tábua da lei referia-se ao relacionamento do povo com Deus, e a segunda, aos relacionamentos de uns com os outros, e Israel havia se rebelado contra todas essas leis. Não amavam a Deus e não amavam a seu próximo. Um dos terríveis pecados cometidos pela nação de Israel (Reino do Norte), que a levaram à ruína foi a opressão ao pobre, amar mais a injustiça do que a misericórdia (Am 8:4). A cobiça insaciável levou a classe rica de Israel a praticar crimes horrendos debaixo das barbas do rei, com a ajuda de juízes corruptos, sem nenhuma condenação dos sacerdotes. Os ricos tinham ódio do necessitado e destruíam os miseráveis da terra. Eles tinham uma atitude predatória e insensível para com as pessoas desamparadas (Am 8:4,6). Se pudessem, eles engoliriam os necessitados e os exterminariam (Am 2:6,7). A desumanidade deles provocou a ira de Deus e o colapso da nação, pois quem não exerce misericórdia não pode receber misericórdia. A religião sem o exercício da misericórdia é vã (Tg 1:27). A fé sem as obras é morta (Tg 2:14-17).

III. INJUSTIÇA SOCIAL

Amós foi o único profeta do Reino do Norte a bradar energicamente contra as injustiças sócias. Ele denunciou os pecados de opressão e de injustiça social das nações ao redor de Israel, bem como os desmandos morais de seu povo. Ele denunciou a corrupção no palácio e nas altas cortes do judiciário. Ele diagnosticou os males que destruíram a nação nos centros econômicos da nação, nas mansões dos endinheirados, bem como nos templos religiosos. Ele pôs o dedo na ferida da nação e alertou para a necessidade urgente de arrependimento tanto nas praças de negócios quanto nos altares religiosos.

Israel estava vivendo o apogeu da sua vida política e econômica. Jeroboão II tinha alcançado suas mais esplêndidas vitórias. A aristocracia vivia em berço de ouro. Os ricos estavam cada vez mais opulentos. Todavia, enquanto os palácios se enchiam de bens, os pobres amargavam a mais extrema pobreza e miséria. A riqueza da nação ia para os cofres de uma pequena minoria privilegiada enquanto a maioria do povo vivia esmagada pela mais aviltante miséria. O país estava se enriquecendo, mas não com justiça social.

O profeta Amós combateu com veemência o mau governo de Jeroboão II (Am 7:10-14). Em seu governo, a exploração e a injustiça campeavam. Os ricos entesouravam suas riquezas colossais, tomadas dos pobres indefesos. Nenhuma palavra era dada nem qualquer esforço era feito para coibir essa prática nem mesmo para punir os criminosos. A Bíblia diz, entretanto, que toda autoridade é instituída por Deus para promover o bem e coibir o mal (Rm 13:1-7). Quando o governo se cala diante dos desmandos e das injustiças sociais ou se corrompe, fazendo parte de esquemas criminosos para assaltar os indefesos, a nação dá claros sinais de sua decadência moral. Pior do que isso, esse monarca estabeleceu altares idólatras em Dã e Betel, especialmente para competir com o Templo de Jerusalém. Betel, assim, não era mais a casa do Rei dos reis, mas apenas um lugar para a bajulação de um rei ímpio. A religião de Israel era eminentemente humanista. Tinha sua origem no homem e era voltada para o homem. Deus fora excluído da religião em Betel. Quando a religião cala sua voz e deixa de tocar a trombeta de Deus, denunciando o pecado, quer no palácio quer na choupana, ela mesma se coloca debaixo do juízo divino.

Deus não está distante das práticas sociais de seus filhos, e não se agrada quando seu próprio povo deixa de aplicar a misericórdia para agirem como mercenários. Deus se importa com a justiça social sim, pois de nada adianta uma pessoa dizer que serve a Deus e praticar coisas indevidas para um servo de Deus, como mal tratamento de seus irmãos ou o descaso para com as necessidades deles. Não há dualidade na vida cristã, ou seja, um crente não pode ser uma pessoa na igreja e outra fora da igreja. Ele deve ser a mesma pessoa em todas as ocasiões.

Não resta dúvida de que a situação atual de crescente desigualdade social, de cada vez mais intensa injustiça social em todas as nações, até mesmo nos países desenvolvidos, é resultado direto de uma situação pecaminosa. Pecado é iniquidade (1João 3:4) e, portanto, onde abunda o pecado, abunda, necessariamente, um estado de injustiça, inclusive na sociedade, como, aliás, denunciou gravemente o profeta Amós no Reino do Norte (cf Am 2:6,7; 4:1; 5:11; 8:4,6).

IV. A VERDADEIRA ADORAÇÃO


- A adoração corrompida e a idolatria estão entre as causas principais da manifestação do julgamento divino(veja 2Rs 17:7-20; 2Cr 26:16-20; Is 1:11-17; Am 4:4-11). Há sempre o perigo de trazermos um “fogo estranho” diante do altar e trono do Senhor(Lv 10:1-2) e contra o mesmo devemos estar sempre em guarda. Não apenas a adoração a falsos deuses é proibida nas Escrituras, mas também a adoração ao verdadeiro Deus com uma atitude errada(veja Ml 1:7-10; Is 1:11-15; Os 6:4-6; Am 5:21). Em Levitico 10 temos o registro não apenas da morte de Nadabe e Abiu, mas também somos instruídos sobre o fato de que o “fogo estranho” que eles trouxeram perante o Senhor consistia naquilo que era contrário aos mandamentos divinos quanto à adoração. Paulo repreendeu os cristãos de Corinto porque eles não se ajuntavam “para melhor, e sim para pior”(1Co 11:17), e o mesmo fez Amós com a nação de Israel(Am 4:4).

- Amós denuncia com veemência o sincretismo religioso (Am 4:4,5). Israel substituiu a verdadeira adoração a Deus por práticas sincréticas. O culto foi paganizado. A idolatria foi assimilada no culto. O povo queria chegar até Deus por meio de um ídolo. Houve uma mistura do culto cananita (adoração do bezerro) com o culto ao Senhor. A religião israelita tornou-se sincrética.

Os sacrifícios que eles traziam eram impuros, pois ofereciam coisas com fermento no altar, o que era proibido por Deus (Lv 2.11; 6.17). Deus não quer sacrifício, Ele requer obediência (1Sm 15:22,23). Não podemos sacrificar a verdade para atrair as pessoas à igreja, nem podemos acrescentar coisa alguma aos preceitos de Deus porque gostamos dessas coisas. O pragmatismo se interessa peio que dá certo, e não pelo que é certo; ele busca o que dá resultados, e não o que é verdade; ele tem como objetivo agradar o homem, e não a Deus.

Hoje vemos florescer o sincretismo religioso. Práticas pagãs são assimiladas nas igrejas para atrair as pessoas. Cerimônias e ritos totalmente estranhos à Palavra de Deus são introduzidos no culto para agradar o gosto dos adoradores. O sincretismo está na moda. Mas, ele ainda continua provocando a ira de Deus.

- A verdadeira adoração a Deus foi substituída pelo ritualismo acintoso (Am 4:4,5). A expressão externa do culto era meticulosamente observada. As aparências indicavam que Israel passava por um reavivamento espiritual. Multidões se dirigiam aos lugares sagrados (Am 5:5), levando sacrifícios e dízimos (Am 4:4; 5:21,22) e até entoando cânticos de louvor ao Senhor (Am 5:23; 6:5; 8:3,10). Eles ofereciam sacrifícios com mais frequência do que era requerido pela lei, como se quisessem provar o quanto eram espirituais. Pensavam que Deus se agradava de seus ritos ao mesmo tempo em que andavam em escandalosas práticas de pecado. Mas Deus, que sonda as intenções, via em todos aqueles rituais sagrados apenas a multiplicação das transgressões.

Os que professam ser salvos, e demonstram adorar ao Senhor, inclusive com suas ofertas, mas continuam a amar os prazeres do mundo, são uma abominação ao Senhor. Deus aceita somente a adoração e devoção dos que o amam, e porfiam por trilhar seus caminhos.

Oferta sem vida é abominação para Deus. Primeiro, apresentamos a vida no altar, depois, trazemos nossa oferta. Se Deus rejeitar a vida, Ele não aceita a oferta. Deus rejeitou Caim e sua oferta. Deus rejeitou os filhos de Eli e, por isso, a arca da aliança foi roubada. Deus rejeitou o povo de Judá e, por isso, disse que estava cansado do culto deles. Deus rejeitou os sacerdotes do pós-cativeiro e, por isso, disse que eles estavam acendendo o fogo inutilmente em sua casa.

Ainda hoje muitos pensam que as observâncias externas são as coisas mais importantes da religião. Há muito cuidado com a tradição, e pouco zelo com a verdade. Há muita preocupação com a forma, e quase nenhuma com a motivação. Contudo, essas exterioridades são meios, e não fins. Se elas vieram separadas de um coração penitente e contrito, são meios de condenação, e não de salvação.

- O profeta Amós se dirige aos peregrinos de forma irônica: "Vinde a Betel, e transgredi; a Gilgal, e multiplicai as transgressões..." (Am 4:4). Amós zomba do convite à peregrinação, do hino que os peregrinos cantam enquanto caminham: “Vinde a Betel”; ele zomba de seus propósitos, dizendo-lhes que o resultado do exercício será apenas a transgressão multiplicada pela transgressão; ele zomba da meticulosidade ritualista deles nos sacrifícios e nos dízimos. Quanto mais religiosos eles se tornavam, mais longe de Deus andavam. Quanto mais egocêntricos, mais afastados da graça. Quanto mais zelosos em seus ritos, mais prisioneiros de seus pecados.

· Betel significa "Casa de Deus", lugar de encontro com Deus e de transformação de vida. Aquele era um lugar muito especial para o povo judeu por causa de sua relação com Abraão (Gn 12:8; 13:3) e com Jacó (Gn 28:10-22; 35:1-7). Mas agora Betel era o "santuário do rei", onde Amazias, o sacerdote, servia (Am 7:10-17). Eles vinham a Betel para pecar. Vinham para transgredir. Eles frequentavam o templo, mas não adoravam a Deus. Eles traziam ofertas, mas não o coração. Hoje, semelhantemente, há um batalhão de gente na igreja sem conversão. Quem não é santo, não é salvo. Deus nos salva do pecado, e não no pecado (1João 2:3; 3:6,9; 5:18).

· Gilgal significa o lugar da posse da bênção, o lugar da conquista e da vitória. Todavia, eles vinham a Gilgal e voltavam vazios, derrotados pelos seus pecados. Eles só vinham para multiplicar as suas transgressões. Isso acontece também hoje: muitas pessoas estão na igreja, mas caminham para a morte.

- A motivação do culto em Betel e em Gilgal não era glorificar a Deus, mas agradar a eles mesmos. A verdadeira adoração a Deus foi substituída pelo movimento humanista (Am 4:4,5). A religião não era uma expressão de adoração, mas de auto-gratificação. A religião não era um meio de se humilharem diante do Todo-poderoso, mas de satisfazer sua própria vaidade carnal. Eles oprimiam os pobres e bebiam vinho porque gostavam disso. Eles iam ao templo não para buscar a Deus, mas porque gostavam disso. Seus ritos e seus sacrifícios eram apresentados não a Deus, mas a eles mesmos. Era um culto humanista, em que jamais eram confrontados a mudar de vida. Suas apresentações musicais se tornaram cânticos fúnebres (Am 5:23; 8:3,10).

Portanto, a verdadeira adoração a Deus não é a observância meramente formal da liturgia religiosa: é o “ouvir” e o “praticar” a vontade de Deus; consiste no espírito quebrantado e num coração contrito. Deus exige de seu povo verdadeira adoração.

CONCLUSÃO

Em Amós, vemos que Deus observa a vida do homem em todos os seus aspectos e que somente a libertação do pecado pode proporcionar paz, segurança, justiça e verdadeira igualdade social. Em Amós, nota-se a necessidade de Alguém que venha tirar o pecado do mundo para que haja a tão almejada época de justiça e paz na humanidade. Esse Alguém é Jesus Cristo. “Vem, Senhor Jesus!”.

Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Antigo Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.
Revista Ensinador Cristão – nº 52 – CPAD.
A Teologia do Antigo Testamento – Roy B.Zuck.
Comentário Bíblico Beacon, v.5 – CPAD.
Amos (um clamor pela justiça social) – Rev.Hernandes Dias Lopes.

A escolha é sua





"Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará". (Gálatas 7:6)

Livre arbítrio quer dizer livre escolha, livre opção. Em todas as situações da vida, sempre temos duas ou mais possibilidades para escolher. E a cada momento a vida nos exige decisão. Sempre temos que optar entre uma ou outra atitude.

Desde que abrimos os olhos, pela manhã, estamos optando entre uma atitude ou outra. Ao ouvir o despertador podemos escolher entre abrir a boca para lamentar por não ser nosso dia de folga ou para agradecer a Deus por mais um dia de oportunidades, no corpo físico.

Ao encontrarmos o nosso familiar que acaba de se levantar, podemos escolher entre resmungar qualquer coisa, ficar calado, ou desejar, do fundo da alma, um bom dia. Quando chegamos ao local de trabalho, podemos optar entre ficar de bem com todos ou buscar o isolamento, ou, ainda, contaminar o ambiente com mau humor.

Conta um médico que trata de pacientes com câncer, que as atitudes das pessoas variam muito, mesmo em situações parecidas. Diz ele que duas de suas pacientes, quase da mesma idade, tiveram que extirpar um seio por causa da doença. Uma delas ficou feliz por continuar viva e poder brincar com os netos, a outra optou por lamentar pelo seio que havia perdido, embora também tivesse os netos para curtir.

Quando alguém o ofende, você pode escolher entre revidar, calar-se ou oferecer o tratamento oposto. A decisão sempre é sua. O que vale ressaltar é que todas as ações terão uma reação correspondente, como consequência. E essa reação é de nossa total responsabilidade. E isso deve ser ensinado aos filhos desde cedo. Caso a criança escolha agredir seu colega e leve uns arranhões, deverá saber que isso é resultado da sua ação e, por conseguinte, de sua inteira responsabilidade.

Tudo na vida está sujeito à lei de causa e efeito: para uma ação positiva, um efeito positivo, para uma ação infeliz, o resultado correspondente. Se você chega ao trabalho bem humorado, alegre, radiante, e encontra seu colega de mau humor, você pode decidir entre sintonizar na faixa dele ou fazer com que ele sintonize na sua.

Você tem ainda outra possibilidade e escolha: ficar na sua. Todavia, da sua escolha dependerá o resto do dia. E os resultados lhe pertencem. Jesus ensinou que a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória. Pois bem, nós estamos semeando e colhendo o tempo todo. Se semeamos sementes de flores, colheremos flores, se plantamos espinheiros, colheremos espinhos.

Não há outra saída. Mas o que importa, mesmo, é saber que a opção é nossa. Somos livres para escolher, antes de semear. Aí é que está a justiça divina. Mesmo as semeaduras que demoram bastante tempo para germinar, um dia darão seus frutos. São aqueles atos praticados no anonimato, na surdina, que aparentemente ficam impunes. Um dia, ainda que seja numa existência futura, eles aparecerão e reclamarão colheita. (A D)

Os atos de renúncia, de tolerância, de benevolência, que tantas vezes parecem não dar resultados, um dia florescerão e darão bons frutos e perfume agradável. É só deixar nas mãos do jardineiro divino, a quem chamamos de Criador.

A decisão de viver ou morrer com ou sem Cristo é nossa, é individual, é minha e sua, todavia, as consequências dessa escolha são imutáveis e poderá ser terrível, pois determinará o lugar que Jesus nos colocará.


Litrazini
http://www.kairosministeriomissionario.com/
http://www.reflexoesevangelicas.com.br 


Aula 03 – JOEL – O DERRAMAMENTO DO ESPÍRITO SANTO





4º Trimestre/2012

Texto Básico: Joel 1:1;2:28-32


“E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos”(At 2:17)

INTRODUÇÃO

Joel é conhecido como “profeta de Pentecostes”. Se o primeiro grande ensino em Joel é o arrependimento diante das adversidades, o segundo é o derramamento do Espírito Santo sobre toda a carne e as maravilhas decorrentes (cf Jl 2:28-32). Em nenhuma outra parte do Antigo Testamento encontramos uma promessa tão abrangente cujo cumprimento significasse o cumprimento das palavras de Moisés: “Tomara que todo o povo do SENHOR fosse profeta, que o SENHOR lhes desse o seu Espírito”(Nm 11:29). O Dia de Pentecostes marcou o inicio deste cumprimento (cf Atos 2). Desde então, tem se cumprido com abundancia cada vez maior. É uma promessa universal (Jl 28:29). É uma promessa de um novo concerto (Jl 2:32). É uma promessa aos que creem (Jl 2:32). Podemos dizer, então, que esse Dia marcou o início de uma nova adoração por parte de todos aqueles que crerem no Espírito Santo, assim como o início do julgamento de todos aqueles que o rejeitarem.

I. O LIVRO DE JOEL NO CÂNON SAGRADO

1. Contexto histórico. Joel, cujo nome significa “O Senhor é Deus”, identifica-se como “filho de Petuel”(Jl 1:1). Suas numerosas referencias a Sião e ao ministério do Templo indicam que ele era profeta em Judá e em Jerusalém, e sua familiaridade com os sacerdotes sugere ter sido ele um profeta “sacerdotal” (cf Jr 28:1,5) que proclamou a verdadeira palavra do Senhor.

Não há informação precisa sobre o tempo de Seu Ministério. Porém, pelas circunstâncias contidas em seu Livro, o tempo é sugerido como sendo logo após o reinado da rainha Atália, que reinou entre 841 e 835 a.C (cf 2Rs 11:2,3). Se assim for, então Joel teria exercido seu Ministério no Reinado de Joás (cf 2Cr 22 a 24 e 2Reis 12). Seu Livro teria sido escrito por volta do ano 825 a.C. Se a data procede, então enquanto Joel profetizava no Sul, ou em Judá, Elias profetizava no Norte, ou em Israel. O Ministério de Elias foi exercido entre 850 e 798 a.C.

O contexto histórico da profecia de Joel foi uma época de pânico nacional em face das devastações causadas por uma terrível praga de gafanhotos, seguida de um período de seca, gerando fome e muito sofrimento, havido no tempo de Joel. Na opinião do profeta, a praga era uma advertência solene de julgamento vindouro no “Dia do Senhor”, que é a ideia central do livro de Joel.

Esse “Dia do Senhor”, biblicamente, começará com o Arrebatamento da Igreja e se prolongará até após o milênio. Será, portanto um “Dia” com mais de mil anos. A partir deste acontecimento o profeta Joel projetou, profeticamente, uma imagem de como seria “O Dia do Senhor”. Ele usa a expressão “Dia do Senhor” cinco vezes: Jl 1:15;2:1, 11, 31 e 3:14. Em Jl 1:15 ele diz que esse Dia “... virá como uma assolação do Todo-Poderoso”; em 2:11 - “... o “Dia do Senhor” é grande e mui terrível”; em 2:31 - “... o sol se converterá em trevas e a lua em sangue”; em 3: 14 - “Multidões, multidões no vale da Decisão!”. Não há dúvida de que esse período descrito por Joel é o mesmo descrito por Jesus, em Mateus 24, e por João, em Apocalipse 6 a 19. O Profeta Joel estava falando, portanto, de um acontecimento ainda futuro, ou seja, a Grande Tribulação.

2. Posição de Joel no Cânon Sagrado. A ordem dos Profetas Menores em nossas versões da Bíblia é a mesma do Cânon judaico e da Vulgata Latina. Joel não menciona nenhum rei, e sua curta profecia traz poucas indicações cronológicas, o que dificulta a datação. As propostas variam do século X ao século V a.C. A posição de Joel no “Livro dos Doze”, nome dado pelos judeus aos Profetas Menores, mostra que eles o consideravam um profeta antigo. Seu estilo corresponde mais ao período clássico remoto do que à era pós-exílica de Ageu, Zacarias e Malaquias. A ausência de referencias a reis pode indicar que o livro foi escrito quando o sumo sacerdote Joiada era regente (na infância de Joás, o qual reinou entre 835-796 a.C.). Além disso, os inimigos de Judá são os fenícios, os filisteus (Jl 3:19), os egípcios e os edomitas (Jl 3:19), e não seus adversários posteriores, os sírios, os assírios e os babilônios.

3. Estrutura e mensagem.

a) Estrutura. O conteúdo do livro de Joel divide-se em três seções: (1) A primeira seção(Jl 1:2-20), descreve a devastação de Judá ocasionada por uma grande praga de gafanhotos, que arrancou a folhagem das vinhas, árvores e campos (Jl 1:7,10), reduzindo o povo a indescritível penúria. Em meio à calamidade, o profeta conclama os lideres espirituais de Judá a guiar a nação ao arrependimento (Jl 1:13,14). (2) A segunda seção (Jl 2:1-17), registra a iminência de um juízo divino ainda maior, proveniente do Norte (Jl 2:1-11), na forma de (a) outra praga de gafanhotos descrita metaforicamente como um exército de destruidores, ou (b) uma invasão militar literal. De novo, o profeta soa a trombeta espiritual em Sião (Jl 2:1,15), conclamando grande assembleia solene para que os sacerdotes e todo o povo busquem sinceramente a misericórdia divina, com arrependimento, jejuns, clamores e genuíno quebrantamento, diante do Senhor (Jl 2:12,17). (3) A seção final (Jl 2:18-3:21), começa declarando a misericórdia de Deus em face do arrependimento sincero do povo. O humilde arrependimento de Judá e a grande misericórdia de Deus dão ocasião às profecias de Joel a respeito do futuro, abrangendo a restauração (Jl 2:19b-27), o derramamento do Espírito Santo sobre toda a humanidade (Jl 2:28-31), o juízo e a Salvação no final dos tempos (Jl 3:1-21).

b) Mensagem. O oráculo foi entregue ao profeta Joel por meio da Palavra (Jl 1:1). Joel falou à nação de Judá desde o reinado de Joás até o reinado de Acaz, o que o torna o primeiro profeta a registrar seus oráculos por escrito. A mensagem do livro diz respeito ao juízo que viria sobre o povo de Deus, que foi identificado como sendo o cativeiro da Babilônia. Mas a mensagem de Joel também fala do futuro, menciona o derramamento do Espírito Santo e o "Dia do Senhor", o acerto de contas que Deus fará com a humanidade impiedosa. Joel foi mencionado por Pedro no sermão inaugural da Igreja no dia de Pentecostes, exatamente por causa de sua profecia do derramamento do Espírito Santo. Por isso, Joel é conhecido como "o profeta pentecostal".

II. A PESSOA DO ESPIRITO SANTO

O Espírito Santo não é simplesmente uma influência benéfica ou um poder impessoal. É uma pessoa, assim como Deus-Pai e Jesus o são.

1. Sua personalidade. A crença na personalidade do Espírito Santo é uma das características da fé cristã. Esta crença deriva do exame preciso e cuidadoso de passagens bíblicas. Algumas seitas apresentam o Espírito Santo como sendo uma influência impessoal, uma força ou uma energia. Entretanto, a Palavra de Deus nos revela que o Espírito Santo é uma pessoa, pois menciona atitudes e ações do Espírito que somente uma pessoa pode ter. Ele possui uma mente, vontade e emoções, que são características de uma pessoa e não de uma influência ou força.

O Espírito Santo age e interage como uma pessoa completa e perfeita. Vejamos algumas provas bíblicas:

a) O Espírito Santo entristece -"E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção" (Ef 4:30). Somos admoestados a não entristecer o Espírito Santo, retratando, portanto, que Ele possui as emoções de uma pessoa. Ele sofre quando pecamos e se entristece com as manifestações do nosso pecado.

b) O Espírito Santo tem ciúmes - "Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes?"(Tg 4:5). Quando traímos a Deus através dos nossos pecados - ambiguidades, contradições, negações da fé, amasiamentos com o mundo -, o Espírito de Deus sente ciúmes, como o marido, quando a mulher adultera e vice-versa. Ele sente ciúmes do adultério moral (impureza), espiritual (idolatria), econômico (amor ao dinheiro) e político (paixão e esperanças políticas mais acentuadas em relação ao programa humano que ao Reino de Deus). O Espírito Santo não é simplesmente alguém que entra em nós e depois sai. Ele vem e fica. Além disso, Ele não está presente para energizar-nos a vida. Não. Ele é uma pessoa com a qual mantemos relações pessoais.

c) O Espírito Santo pensa (Rm 8:27) - “E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos”. Neste texto, as Escrituras dizem que o Espírito Santo examina os corações, ou seja, examinar é raciocinar, é calcular, é emitir juízos. Uma força jamais pode calcular, jamais pode examinar, só uma pessoa pode fazê-lo.

d) O Espírito Santo fala(Atos 8:29) - "Então disse o Espírito a Filipe: aproxima-te desse carro e acompanha-o..." . Aqui, percebemos que o Espírito Santo é um Ser que fala. Ora, uma força não pode falar, mas uma Pessoa, sim. Tanto é certo que o Espírito Santo fala que, em At 13:2, isto é explicitamente mencionado, como também em 1Tm 4:1 e Hb 3:7, bem assim em todas as cartas que Jesus enviou às igrejas da Ásia Menor (Ap 2:7,11,17,29; 3:6,13,22), como num instante em que se fazia a revelação a João das coisas que brevemente hão de acontecer (Ap 14:13).

e) O Espírito Santo ensina (João 14:26) –“Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito”. Só uma Pessoa pode nos ensinar, somente uma Pessoa pode ser Mestre e o Espírito Santo tem como uma de suas principais funções a de ensinar os discípulos do Senhor Jesus enquanto aqui estiverem aguardando o seu Salvador.

2. Sua divindade. A Bíblia não se limita a mostrar que o Espírito Santo é uma Pessoa, mas também nos revela que é uma Pessoa Divina, ou seja, é uma das Pessoas que compõem este mistério que é a Santíssima Trindade, este Deus que é triúno, ou seja, um Único Deus que está em três Pessoas.

O Espírito Santo é chamado Deus (At 5:3,4) e Senhor (2Co 3:18). Quando Isaías viu a glória de Deus (Is 6:1-3), escreveu: “Ouvi a voz do Senhor...vai e diz a este povo” (Is 6:8-9). O apóstolo Paulo citou essa mesma palavra e disse: “Bem falou o Espírito Santo a nossos pais pelo profeta Isaías dizendo: Vai a este povo”(cf. At 28:25, 26). Com isso, Paulo identificou o Espírito Santo com Deus. Ele faz parte da Santíssima Trindade. Ele é mencionado junto com o Pai e o Filho (Mt 28:19; 2Co 13:13) e, a Bíblia afirma que os três são um (1João 5:7).

O texto mais explícito a respeito da divindade do Espírito Santo está em At 5:3,4 - “Disse, então, Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo?... Não mentiste aos homens, mas a Deus”. Indagado por Pedro a respeito do valor da venda da propriedade, Ananias mentiu, dizendo que o valor depositado ao pé dos apóstolos era o efetivo valor da venda. Diante desta mentira, Pedro diz que Ananias havia mentido ao Espírito Santo e, por isso, havia mentido não aos homens, mas a Deus. Temos, portanto, explicitamente reconhecida a divindade do Espírito Santo, prova de que os apóstolos reconheciam o Espírito Santo como Deus, ou seja, que a doutrina da divindade do Espírito Santo é a genuína e autêntica doutrina da igreja primitiva. A propósito, se Ananias mentiu ao Espírito Santo, temos mais uma prova de que o Espírito Santo não é uma força, pois não se pode mentir senão a uma Pessoa.

3. O derramamento do Espírito(Jl 2:28-32). O derramamento do Espírito Santo, profetizado por Joel, ocorreu por ocasião do Pentecostes (Atos 2). Enquanto no passado o Espírito Santo parecia estar disponível a reis, sacerdotes e profetas, Joel predisse um tempo em que este poder estaria disponível a todos os crentes. Ezequiel também falou sobre o derramamento do Espírito Santo (Ez 39:28,29). Atualmente, o Espírito Santo é derramado, de uma forma efusiva, sobre qualquer pessoa que venha a Deus em busca de sua salvação (Jl 2:32).

O derramamento do Espírito não acontece antes, mas depois que o povo de Deus se arrepende e se volta para ele. Esperar o derramamento do Espírito sem tratar do pecado é ofender a Deus. Buscá-lo sem voltar-se para Deus é atentar contra a santidade do Senhor.

4. Como uma pessoa pode ser derramada? Esta é uma das perguntas que alguns grupos religiosos fazem frequentemente, com a finalidade de "provar" que o Espírito Santo não é Deus nem uma pessoa. Por duas vezes a palavra profética afirma "derramarei o meu Espírito" (Jl 2:28.29), o que é ratificado em o Novo Testamento (At 2:17,18). Se, aqui, o derramamento do Espírito Santo fosse evidência contra sua personalidade então o apóstolo Paulo também não seria uma pessoa, pois escreveu acerca de si próprio: “mesmo que eu esteja sendo derramado como oferta de bebida...”(Fp 2:17; 2Tm 4:6 – tradução do Novo Mundo). Uma vez que o apóstolo Paulo obviamente é uma pessoa real, e pode ser mencionado nas Escrituras como “derramado”, então a mesma expressão referindo-se ao Espírito Santo, dificilmente poderia ser usada como uma prova contra a sua personalidade. Também, o fato de alguém ser ou estar cheio do Espírito Santo (At 2:4), ou revestido dele, não quer dizer que o Espírito Santo seja impessoal.

Ainda apresentando a mesma linha de raciocínio desses grupos religiosos, perguntamos: como pode Jesus ser uma pessoa e alguém ser morada dele? - “Jesus respondeu, e disse-lhe: se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada” (João 14:23). Paulo declara: “meus filhos, por quem de novo sinto as dores de parto, até que Cristo seja formado em vós”(Gl 4:19). Como pode Jesus ser formado em alguém, sendo ele uma pessoa? Ainda em Gálatas 2:20, Paulo disse: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim”. Como esses grupo religiosos explicam esse mistério? Negam também a personalidade de Jesus por causa disso? É claro que não! Então por que negam a personalidade do Espírito Santo, valendo-se do mesmo argumento? Certamente, negam essa verdade bíblica porque não se preocupam em ensinar a Bíblia, mas de impor crenças peculiares.

III. HORIZONTES DA PROMESSA

1. Ponto de partida - "Acontecerá, depois, que derramarei o meu Espírito...''(Jl 2:28). O rev. Hernandes Dias Lopes citando Warren Wiersbe diz que a palavra "depois", neste texto de Joel, refere-se aos acontecimentos descritos em Joel 2:18-27, quando o Senhor sara a nação depois da invasão Assíria. Contudo, não significa logo em seguida, pois se passaram muitos séculos antes do Espírito Santo ser derramado. Quando Pedro citou esse versículo em seu sermão no dia de Pentecostes, o Espírito Santo o dirigiu a interpretar o "depois" como "nos últimos dias" (At 2:17). Os “últimos dias" começaram com o ministério de Cristo na terra e se encerrarão com "o Dia do Senhor".

O que Deus promete, ele cumpre, pois vela pela sua Palavra para cumpri-la. Quando ele age, ninguém pode impedir sua mão de agir. Deus hipotecou sua Palavra e empenhou sua honra nessa promessa. As promessas de Deus são féis e verdadeiras e nenhuma delas pode cair por terra. O derramamento do Espírito cumpriu-se no dia de Pentecostes (At 2:16-21) e ninguém pôde deter o braço de Deus em promover o crescimento da igreja. O Sinédrio judeu tentou abafar a obra do Espírito prendendo e açoitando os apóstolos. Os imperadores romanos, com fúria implacável, quiseram acabar com a igreja, jogando os cristãos nas arenas, queimando-os em praças públicas e matando-os ao fio da espada. Mas a igreja, com destemor e poder, espalhou-se como rastilho de pólvora por todos os quadrantes do império e o sangue dos mártires tornou-se a sementeira do evangelho. Ao longo dos séculos muitas perseguições sanguinárias tentaram neutralizar a obra de Deus, mas a Igreja revestida com o poder do Espírito Santo jamais recuou, jamais descansou as armas, jamais se intimidou.

Antes do Pentecostes, os discípulos estavam com as portas trancadas de medo; depois do Pentecostes, eles foram presos por falta de medo. O problema da igreja não são as ameaças externas, é a fraqueza interna. Não é a falta de poder econômico e político, mas a falta do poder do Espírito Santo!

Mas não podemos pensar que esse derramamento ficou restrito apenas ao Pentecostes. O derramamento do Espírito Santo é uma promessa vigente e contemporânea. Não podemos pensar que já recebemos tudo que deveríamos receber do Espírito Santo. Há mais para nós. Há infinitamente mais (Ef 3:20).

A igreja não pode se contentar com pouco. Não podemos nivelar a vida com Deus às pobres experiências que temos tido. O Senhor pode fazer infinitamente mais. O Espírito pode ser derramado outras e outras vezes sobre um povo sedento, que anseia por Deus mais do que o sedento por água, mais do que a terra seca por chuva (Is 44:3). Essa promessa é para nós, para nossos filhos e para aqueles que ainda estão longe, para quantos o Senhor nosso Deus chamar (At 2:39).

2.Comunicação divina. Desde a formação do homem, Deus sempre quis e quer se comunicar com ele. Antes da queda, Deus se comunicava com o homem pessoalmente e verbalmente. É o que se percebe através do texto de Gênesis 3:8-10. Após a queda, embora à distância, Deus sempre quis falar com o homem, transmitindo sua vontade divina e soberana.

No texto de Joel 2:28,29 vemos outra forma de Deus se comunicar com o ser humano. Deus disponibilizou recursos espirituais para manter a comunicação com o seu povo por meio de sonhos, visões e profecias, independentemente de idade, sexo e posição social (Jl 2:28b,29). O apóstolo Pedro, em Atos 2:17, diz que isto se daria nos “últimos dias”,os quais teve início com o nascimento da Igreja no dia de Pentecostes. Essa comunicação se daria sem acepção de pessoas.

a) A quebra do preconceito etário (Jl 2:28) - " [ . . . ] vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões". Deus enche do seu Espírito os jovens e os velhos. Deus usa os velhos e os jovens. Ele não se limita à experiência do velho nem apenas ao vigor do jovem. Ele torna o jovem mais sábio que o velho (Sl 119:100) e o velho mais forte que o jovem (Is 40:29-31). O Espírito de Deus não tem preconceito de idade. O idoso pode ser cheio do Espírito e sonhar grandes sonhos para Deus, enquanto o jovem pode ter grandes visões da obra de Deus. O velho pode ter vigor e o jovem discernimento e sabedoria. Onde o Espírito de Deus opera, velhos e jovens têm a mesma linguagem, o mesmo ideal, a mesma paixão e o mesmo propósito.

b) A quebra do preconceito social'(Jl 2:29) - "Até sobre os servos e sobre as servas derramarei o meu Espírito naqueles dias". O Espírito de Deus não é elitista. Ele vem sobre o rico e sobre o pobre, sobre o doutor mais ilustrado e sobre o indivíduo mais iletrado. Quando o Espírito Santo é derramado sobre as pessoas, elas podem ser rudes como os pescadores da Galiléia, mas, na força do Senhor, revolucionam o mundo (1Co 1:27-29). Mesmo que tenhamos muitas limitações, o Espírito pode nos usar ilimitadamente. A obra de Deus não avança com base na nossa sabedoria e força, mas no poder do seu Espírito (Zc 4:6).

Todavia é bom ressaltar, que a Bíblia Sagrada é a revelação de Deus ao homem e, por isso, tudo que quisermos saber a respeito de Deus e que é relevante para a nossa salvação se encontra neste Livro sagrado, fruto de uma revelação progressiva que o Senhor foi dando aos escritores sagrados, durante um espaço de mais de mil e quinhentos anos.

Como a Bíblia Sagrada tem como seu único autor o próprio Deus, temos que esta Obra apresenta uma unidade, um conjunto de ensinamentos que foi sendo revelado aos homens durante o tempo da inspiração das Escrituras. Estes ensinos dizem respeito a Deus, ao homem e ao processo pelo qual Deus deseja ter o homem em sua companhia, mesmo depois que o homem quis se tornar independente de Deus, negando-lhe obediência. Está escrito: “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça”(2Tm 3:16).

IV. O FIM DOS TEMPOS
1. Sinais. O derramamento do Espírito sinaliza grandes intervenções de Deus (Jl 2:30-32). Duas grandes intervenções de Deus são apontadas pelo profeta Joel.

a) O derramamento do Espírito aponta para o julgamento de Deus às nações (Jl 2:30,31) - "Mostrarei prodígios no céu e na terra: sangue, fogo e colunas de fumaça. O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes que venha o grande e terrível Dia do Senhor". Joel vislumbrou fenômenos que acompanharão o desdobramento do drama humano, no futuro, nos “últimos dias”, antes da Parousiade Cristo. O apóstolo João, exilado na ilha de Patmos, fez referência oitocentos anos depois de Joel a esses mesmos fenômenos: "E, havendo aberto o sexto selo, olhei, e eis que houve um grande tremor de terra; e o sol tornou-se negro como saco de cilício, e a lua tornou-se como sangue" (Ap 6:12).

De acordo com a profecia de Joel, os sinais sobrenaturais do céu ocorrerão “antes que venha o grande e terrível Dia do Senhor”. Neste contexto, “O Dia do Senhor” se refere à sua volta à Terra para destruir seus inimigos e reinar em poder e grande glória.

b) O derramamento do Espírito aponta para a salvação de Deus a todos os povos (Jl 2:32 - "E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo...". Eis as boas-novas para todas as Eras, a salvação oferecida a todos os povos com base na fé do Senhor. Naquele grande e terrível “Dia do Senhor” haverá salvação para aqueles que invocarem o nome do Senhor, pois o derramamento do Espírito anunciou também o caminho da salvação. Esse derramamento do Espírito sobre toda a carne abre as portas da salvação para todos os que creem. O Pentecostes foi um evento de salvação. Naquele dia, o apóstolo Pedro compreendeu que se cumpria a profecia de Joel (At 2:16). O evangelho foi pregado e cerca de três mil pessoas foram convertidas (At 2:39-41). O apóstolo Paulo citando Joel em sua carta aos Romanos diz que todo aquele que invoca o nome do Senhor é salvo (Rm 10:13). A salvação em Cristo, recebida pela fé, agora, é estendida a todos os povos, de todos os lugares, de todos os tempos. Nos dias de Joel, como nos dias de Paulo e também nos nossos, invocar o nome do Senhor é o único caminho da salvação.

2. Etapas. Os acontecimentos do Pentecostes não foram o cumprimento total da profecia de Joel. Grande parte dos fenômenos descritos nos textos de Joel 2:28-32 não ocorreu nessa ocasião. O que aconteceu no Pentecostes foi um deleite antecipado daquilo que sucederá nos últimos dias, antes do grande e glorioso “Dia do Senhor”. A citação de Joel é um exemplo da “Lei da dupla referência”, de acordo com a qual as profecias bíblicas se cumprem de forma parcial em uma época e total numa ocasião posterior.

O Espírito de Deus foi derramado no Pentecostes, mas não literalmente sobre “toda a carne”. O cumprimento final da profecia se dará no fim do período da Grande Tribulação. Antes da volta gloriosa de Cristo, haverá milagres no céu e sinais na Terra (Mt 24:29,30). O Senhor Jesus Cristo aparecerá na Terra para eliminar seus inimigos e estabelecer seu Reino. No início do reinado milenar de Cristo, o Espírito de Deus será derramado sobre “toda a carne”, tanto de judeus quanto de gentios, uma situação que persistirá, de modo geral, durante todo o Milênio. O Espírito Santo se manifestará nas pessoas de várias maneiras, independentemente de sexo, idade ou condição social. Alguns “terão visões”, e outros “sonharão”, uma situação que surge a recepção de conhecimento; outros, ainda, “profetizarão”, ou seja, passarão esse conhecimento adiante. A tônica será sobre os dons de revelação e comunicação. Tudo isso ocorrerá no tempo descrito por Joel como “últimos dias” (cf At 2:17). Trata-se, obviamente, de uma referência aos últimos dias de Israel, e não da Igreja. É bom ressaltar que os “últimos dias” começaram com a primeira vinda de Cristo e o derramamento do Espírito Santo sobre o povo de Deus, e que terminarão com a segunda vinda do Senhor.

CONCLUSÃO

Em Joel, vemos a revelação de Deus como um ser que quer viver em cada ser humano através do Seu Espírito, mas que, apesar de Seu grande amor, é também um Deus justo, que fará, a seu tempo, o juízo sobre os impenitentes. Deus está no controle de todas as coisas. A justiça e a restauração estão em suas mãos. Devemos ser fiéis a Deus e colocar nossa vida sob a orientação e o poder de seu Santo Espírito.


Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Antigo Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.
Revista Ensinador Cristão – nº 52 – CPAD.
A Teologia do Antigo Testamento – Roy B.Zuck.
Comentário Bíblico Beacon, v.5 – CPAD.
Joel ( o profeta do pentecostes) – Rev.Hernandes Dias Lopes.